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Colina de Flores é morada da fé e da serenidade

Eremitério Frei Salvador preserva o silêncio, a espiritualidade e a memória de uma das figuras mais queridas de Flores da Cunha
(Foto: Divulgação)

No tranquilo bairro Colina de Flores, fica um dos espaços mais significativos para a fé e a memória de Flores da Cunha: o Eremitério Frei Salvador. Mais que um ponto turístico, o local é um verdadeiro santuário de silêncio, oração e conexão espiritual, que recebe, todos os anos, milhares de fiéis, principalmente durante a tradicional Romaria a Frei Salvador celebrada no feriado de Corpus Christi.

Rodeado por árvores e paisagens naturais, o Eremitério preserva um ambiente acolhedor e sereno. O espaço conta com uma escadaria de pedra que conduz até o santuário, onde está a imagem de Nossa Senhora de Fátima, um dos pontos mais visitados do local. Toda a estrutura foi pensada para oferecer um espaço propício à contemplação e à meditação.

— Por ser esse local ainda um pouco afastado e, ao mesmo tempo, cercado pela natureza, a vegetação auxilia no silêncio, na contemplação. Essa era a espiritualidade do Frei Salvador. Ele observava de um modo muito especial e via Deus na natureza — afirma o frei Vandrigo Zacchi, coordenador do Eremitério.

O nome do espaço homenageia o Frei Salvador Pinzetta, frade capuchinho conhecido por sua vida simples, dedicada à oração, ao trabalho e ao serviço à comunidade. Em Flores da Cunha, Frei Salvador se tornou uma figura querida, reconhecida por distribuir sementes, ajudar os doentes e contribuir para a vida religiosa e social da cidade.

— O Frei foi o primeiro ministro extraordinário da Sagrada Comunhão da Diocese de Caxias do Sul. Este é um dos seus principais legados, além da sua simplicidade e modo de viver. Um ensinamento mantido é a visita aos enfermos. Essa experiência é muito importante para a nossa cidade — pontua frei Vandrigo.

— O Frei observava tudo de um modo muito especial, além dessa relação com a natureza ele transmitia sua mensagem com a oração devocional à Maria, Nossa Senhora, e, ao mesmo tempo, ao próprio Jesus — acrescenta.

“O Eremitério responde a um anseio do nosso tempo”

Idealizado há mais de 70 anos por Frei Agostinho Bizotto, o Eremitério era frequentemente visitado pelo próprio Frei Salvador, que buscava ali momentos de recolhimento e paz. Após seu falecimento e o início do processo de beatificação, o local passou por uma série de melhorias: uma capela foi construída, o caminho de acesso foi revitalizado e a estrutura se tornou ainda mais acolhedora para os visitantes.

— A igreja, por ficar situada no Colina de Flores, mantém o afastamento necessário e remete à espiritualidade do Frei Salvador, que era uma espiritualidade em que, em tempos, ele se afastava e ia ao Eremitério, e em outros, visitava os doentes e se fazia presente e próximo aos que precisavam. Com a comunidade, acredito que o Eremitério tem essa mesma relação. O pessoal circula, passeia com seus pets, faz suas orações e utiliza o espaço para o lazer — reflete o frei.

Durante a romaria, é tradição a distribuição de mudas de flores, hortaliças e árvores frutíferas, reforçando o vínculo entre espiritualidade, natureza e comunidade, marcas registradas na vida de Frei Salvador. Além disso, todo segundo domingo do mês é celebrada no local uma missa votiva, às 16h, reunindo fiéis em um momento especial de fé e gratidão.

— Acredito que, nos tempos acelerados que vivemos, tempos de ansiedade exacerbada, o Eremitério é o oposto, porque traz um sentimento de tranquilidade e serenidade. Nossa espiritualidade é integral, ela faz parte de um todo: nosso corpo, nossa mente… desta maneira temos uma boa espiritualidade. Quem frequenta o Eremitério encontra isso. O Eremitério responde a um anseio do nosso tempo. Este espaço responde a uma necessidade humana — acrescenta Frei Vandrigo.

O Eremitério Frei Salvador é hoje um dos principais símbolos da religiosidade em Flores da Cunha, inserido em um bairro que valoriza a história e a espiritualidade. O Colina de Flores torna-se, mais do que um endereço: é parte de um caminho de fé e tradição que segue vivo na memória e no coração dos moradores.

— O Eremitério é um espaço que nos conecta com o sagrado e com a natureza, independentemente de religião. É um lugar de paz que acolhe a todos. Sempre que preciso de um momento mais íntimo, mais meu… mesmo que não seja para fazer uma oração propriamente dita, eu gosto de passar aqui por perto, refletir sobre a vida. É um lugar que me acalma — relata Maria de Fátima Mascarello, que diz que irá participar da Romaria de Corpus Christi como forma de agradecimento e renovação da fé.

Com sua atmosfera de paz e acolhimento, o Eremitério Frei Salvador segue sendo um lugar especial para quem busca um tempo de silêncio, oração ou apenas um momento de pausa na correria do dia a dia. Mais do que um ponto religioso, é um espaço que reúne histórias, memórias e sentimentos de quem já passou por ali para agradecer, refletir ou simplesmente respirar. Em meio à natureza e ao espírito de comunidade, o Eremitério continua reafirmando o quanto a fé, a simplicidade e o cuidado com o outro ainda fazem parte da essência de Flores da Cunha.

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