Como você se imagina com 99 anos? Chegar a quase um século de vida, e o principal, com saúde, é um privilégio raro e que merece ser comemorado. Este é o caso da florense Zelinda Bolzan Toigo, que celebrou seu 99º aniversário na última terça-feira (1º).
Filha de João Bolzan e Genoveva Paganin, Zelinda nasceu na comunidade de Serra Negra, interior de Flores da Cunha, e teve mais uma irmã e cinco irmãos. Ela estudou até o quinto ano, capacitação máxima oferecida pela escola mais próxima naquele período, a antiga José Bonifácio.
Com 20 anos, apaixonou-se e casou-se com o vizinho, o falecido Arlindo José Toigo. O casal teve cinco filhos: Ironite, Valter, Marinês, Valcir e Maristela.
A família viveu na colônia em meio à produção de uvas, marmelos e mel, que eram comercializados como as principais fontes de renda. Além disso, para o consumo próprio, eles cultivavam alimentos como trigo, arroz, aipim, feijão e milho.
— Não era fácil trabalhar na colônia, naquela época nós não tínhamos trator porque era uma terra com muitas pedras e era tudo feito à mão — lembra Zelinda.
Um tempo depois de ficar viúva, há pouco mais de 30 anos, a aposentada mudou-se para a área urbana da Terra do Galo. Atualmente ela reside com a filha, Ironite Gema Toigo, 63 anos, no bairro Vindima.
Ironite e a mãe, Zelinda Bolzan Toigo (Foto: Karine Bergozza)
“Muito amor na leitura”
A filha Ironite ajuda a lembrar de uma história de quando a mãe era pequena, que evidencia que o gosto pela leitura a acompanha desde a infância.
— A minha avó pedia para ela fazer a limpeza da casa e ela se demorava, aí quando ela ia ver o que a mãe estava fazendo, ela estava com um pedacinho de jornal, quebradinho, rasgadinho, porque o meu avô lia muito jornal, e a mãe estava lendo. Ela tinha interesse por leitura, sempre teve — destaca Ironite, que é professora aposentada e terapeuta.
Zelinda reforça que quando está parada está lendo suas orações e que também adora ler o jornal O Florense.
— Se quero saber alguma coisa leio o jornal O Florense, e leio ele inteiro! Também tem a revista de São Francisco e os folhetinhos que recebo do Apostolado da Oração. Tenho muito amor na leitura — empolga-se a aposentada, que faz parte do grupo Sagrado Coração de Jesus e Franciscanos e tem forte devoção ao Divino Pai Eterno, São Francisco e Nossa Senhora da Salete.
“Um pouco de vinho todos os dias”
Zelinda também participava do Projeto Conviver e praticava diversos exercícios físicos diariamente. Rotina que foi modificada em fevereiro deste ano, quando rompeu o tendão do braço e precisou diminuir o ritmo. Mas isso não foi motivo para desanimar.
Aos 99 anos, Zelinha orgulha-se do fato de poder conviver com seus 13 netos — Osvaldo, Valdete, Vandro, Valcir, Cristiane, Ináia, Jaciela, Everton, Daniele, Juan Carlos, Daniel, Júlia e Aline – e sete bisnetos – Tobias, Antônio, Joaquim, Aurora, Gustavo, Felipe e o pequeno Gianluca, de apenas 11 meses.
Questionada sobre o segredo da longevidade, Zelinda brinca:
— Quando era hora do almoço ou do jantar, eu tomava um pouco de vinho todos os dias! — exalta, como uma típica descendente de italianos.
