Início » Serra aguarda aval do Estado para implantação do sistema antigranizo

Serra aguarda aval do Estado para implantação do sistema antigranizo

Projeto que visa proteger lavouras depende de parecer ambiental para garantir liberação de recursos via Fundovitis
(Foto: AGFAntigranizo / Divulgação)

Após meses de articulação e trocas de informações técnicas com o governo do Estado, prefeitos e lideranças do setor agrícola da Serra aguardam um parecer definitivo sobre a viabilidade ambiental do sistema antigranizo. O projeto, que visa proteger lavouras e garantir a estabilidade da produção rural, depende da liberação oficial pelo Governo do Estado para avançar nas discussões de financiamento e implementação.

A expectativa dos municípios de Flores da Cunha e Nova Pádua é de que o Estado assuma parte do custo da implantação, o que nos bastidores já teria um sinal positivo, mas condicionado à aprovação técnica dos estudos ambientais.

O vice-prefeito florense, Marcio Rech, tomou a frente nesta articulação e reforça que os municípios já entregaram todos os documentos necessários e aguardam apenas a resposta do governo estadual.

— Fizemos uma última reunião há aproximadamente 30 dias e o que se falou foi mais sobre a questão ambiental. A Secretaria do Meio Ambiente do Estado quer analisar todos os laudos técnicos para ter certeza da viabilidade do projeto, o que já está praticamente comprovado. Estamos aguardando este movimento do Estado — afirma Rech.

O sistema proposto já é utilizado há três décadas em Santa Catarina, por isso o otimismo.

— Os municípios já repassaram todos os estudos que tinham, assim como estudos de outros estados e países que possuem o sistema. Eles nos passaram um prazo de 20 dias, que já expirou. Começamos a cobrar uma definição e nos pediram mais algum tempo para avaliar os estudos — afirma o vice-prefeito de Flores.

Superada essa etapa técnica, as conversas sobre o custeio da implantação do sistema poderão avançar de maneira mais concreta.

— O Estado se mostrou aberto a ajudar pelo menos na implantação do projeto, só que ainda não determinou valores — ressalta Rech.

Verba para instalação virá do Fundovitis

O projeto deve ser oficialmente integrado por um grupo de 14 a 17 municípios da Serra. A previsão é de que os recursos venham por meio do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis), o que daria celeridade ao processo, caso a aprovação ambiental se confirme.

— O governo teria garantido os recursos, não se falou em quanto, mas o que nos foi informado é que viriam através do Fundovitis, e esse recurso já estaria disponível neste fundo. A liberação seria ainda para este ano. Estamos nos certificando quanto à viabilidade ambiental, e a tendência é que, assim que o Estado aprove o projeto em relação à questão ambiental, se fale em valores — aponta Ricardo Pagno, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Flores da Cunha e Nova Pádua (STR).

Procurado pela reportagem, o Governo do Estado informou que pretende aprofundar a análise técnica do projeto antes de qualquer definição. Confira, abaixo, a íntegra da nota encaminhada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação:

O que diz o Governo do Estado:

“A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) irá contratar, com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis), um estudo técnico e de viabilidade econômica e ambiental para implantação de sistema antigranizo na região da Serra gaúcha. A pasta já fez diversas reuniões com gestores públicos e entidades da região, e entende como importantes quaisquer medidas visando proporcionar segurança à produção agropecuária do estado, mas uma vez que as políticas públicas, em especial as que promovem modificação climática como é o caso, devem ser avaliadas prudentemente a fim de evitar desperdícios de recurso e impactos indesejados”.

O que é o antigranizo:

  • O sistema antigranizo proposto utiliza geradores para queimar iodeto de prata;
  • O gás sobe até as nuvens e diminui o tamanho das pedras de gelo, evitando que estas atinjam as plantações ou telhados e causem prejuízos;
  • Para saber quando ligar o equipamento, é utilizada uma estação climática que monitora as nuvens carregadas;
  • Este sistema já funciona em Santa Catarina há mais de 30 anos, operado pela empresa AGF Antigranizo Fraiburgo;
  • O investimento para instalar 120 equipamentos em 17 municípios é estimado em R$ 14 milhões. A Serra busca apoio do Estado para a instalação.

Leia Mais

Compartilhe:

Mais Notícias

Outras notícias:

plugins premium WordPress
Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?

Entrar na sua conta