A construção de uma nova rodoviária em Flores da Cunha voltou a ser pauta de discussão pública durante a recente audiência do Plano de Mobilidade Urbana. A possibilidade de implantação de um terminal próximo à rótula do Posto do Galo, em uma área estratégica que alia proximidade com o centro e potencial de expansão, acendeu debates sobre as necessidades da população, os desafios da mobilidade e o papel da iniciativa privada na viabilização do projeto.
O secretário de Segurança Pública, Transportes e Mobilidade, Itamar Brusamarello, explica que a indicação é resultado de estudos e que ainda passará por avaliação detalhada para a instalação de um futuro terminal.
— Após os estudos técnicos, foi indicada uma área próxima à avenida 25 de Julho, abrangendo tanto o entorno da rótula do Posto do Galo e da continuidade das ruas Frei Eugênio e Garibaldi, quanto a região em direção à Prefeitura. Trata-se de uma localização que alia a proximidade com o centro da cidade e uma área com potencial de crescimento urbano — detalhou.
Em relação à execução do projeto, contudo, Brusamarello enfatiza que a responsabilidade é de interesse empresarial.
— A instalação e operação da rodoviária são de responsabilidade da iniciativa privada, com concessão fiscalizada pelo DAER. Ao município cabe indicar, com base no Plano de Mobilidade Urbana, locais que melhor atendam à população. Nesse processo, a Prefeitura colabora com os órgãos competentes para viabilizar uma estrutura adequada e compatível com as demandas da população — salientou.
O secretário vê o projeto de uma nova rodoviária como importante para o avanço municipal. Desta forma, a Prefeitura se apresenta aberta às propostas e mantém esta busca de soluções no planejamento urbano.
— A Prefeitura reconhece a importância de um terminal rodoviário para a qualificação da mobilidade urbana e regional. Por isso, está aberta ao diálogo com a iniciativa privada e ao incentivo de propostas viáveis junto ao DAER, visando uma solução estruturada e alinhada ao planejamento do município — finalizou o secretário.
O que pensam os florenses?
“Seria uma boa ideia termos a rodoviária, até porque o pessoal não tem onde se abrigar. Agora chega o inverno, o frio rigoroso e as chuvas nessa época do ano são grandes. Hoje mesmo, pela manhã, uma mulher cheia de malas no frio, com o tempo chuviscando, no relento, esperando o ônibus chegar. Então, sim, seria uma ótima ideia ter uma rodoviária para o pessoal se sentar e esperar o seu ônibus chegar.”
Regina Clemente Vieira, 20 anos, esteticista de animais.
“Uma rodoviária é importante para qualquer cidade que está em ascensão como Flores. O crescimento de Flores nas últimas décadas tem sido notável não só na infraestrutura como populacional. É importante para que as pessoas possam se locomover para lugares mais distantes. A locomoção para quem não tem carro é bastante difícil”.
Arthur de Oliveira, 40 anos, profissional de manutenção.
“Hoje somos reféns da rodoviária de Caxias do Sul para qualquer mobilidade para outras cidades. Acredito que ajudaria muito no turismo. Flores tem ganhado destaque no enoturismo, fora que nossas paisagens no interior são maravilhosas. Temos a questão hoje dos ônibus ficarem centralizados o que, na minha visão, polui muito o ambiente. A construção de uma rodoviária pode impulsionar em diversos quesitos… gerando novos empregos e comércios. Claro que tudo precisa ser avaliado, como custo a demanda real, mas acredito que a cidade só tem a ganhar”.
Viviane Fátima Chiosi, 34 anos, analista financeira.
“O ponto no Centro facilitou, mas acredito que seria bem melhor se fosse algo somente para o transporte. Na Casa do Pano fica tudo apertado e, às vezes, sem lugar para sentar! Mas, não ficaria viável se a rodoviária fosse fora do centro, pois nós idosos temos compras e já não nos deslocamos com facilidade. Quem utiliza o ônibus não tem carro para a locomoção e nem tantos recursos para táxi ou Uber. Sou a favor de uma rodoviária, mas perto do Centro”.
Eni Stuani Vresinski, 66 anos, aposentada.
