A sommelier, consultora de imagem e comunicadora Giselle Nacari esteve no Bistrô Pan i Vino apresentando o projeto “Ronda de Mujeres”, com o tema “O Vinho que nos Veste”. A noite reuniu mulheres para uma experiência sensorial e emocional que explorou a relação entre o vinho, a estética e a identidade feminina.
Os rótulos da Casa Eva foram harmonizados com petiscos autorais produzidos pela gestora do Bistrô, Mariele Costa, a experiência propôs uma imersão na simbologia do vinho como expressão do feminino. Nesta entrevista, Giselle fala sobre o propósito do projeto, o protagonismo das mulheres no universo do vinho e o poder de brindar à própria essência.
O que te inspirou a criar um projeto que conecta o universo do vinho ao feminino?
Para mim, o vinho, a moda e o estilo são linguagens culturais, expressões que revelam nossa essência e identidade. Ambos falam de quem somos, do que sentimos e de como queremos nos apresentar ao mundo. E nisso há algo profundamente feminino: essa sensibilidade em escolher com intenção, em transformar o cotidiano em beleza e significado. Assim como escolhemos uma roupa conforme o momento, escolhemos também um vinho que traduz um estado de espírito, uma emoção ou uma fase da vida. É sobre estética, mas também sobre sentir.
O que é “Ronda de Mujeres”, como nasceu a ideia?
Esse projeto nasceu da minha vontade de criar um encontro acolhedor e inspirador para mulheres viverem o vinho de forma mais leve e pessoal. Eu percebo que muitas mulheres têm a curiosidade, mas também insegurança de entrar nesse universo, como se fosse algo técnico demais. Por isso criei um encontro criativo e sensorial, onde falamos de vinho, estilo e identidade feminina. Não é sobre decorar uvas ou regiões, mas sobre sentir e se permitir viver o vinho de um jeito próprio.
De que forma o vinho pode ser uma expressão da identidade e da sensibilidade das mulheres?
O vinho pode expressar a identidade e a sensibilidade das mulheres porque, assim como a roupa, ele também nos veste — não no corpo, mas na alma. Cada estilo desperta emoções e estados de espírito que refletem quem somos. É uma forma simples e sensorial de revelar a própria essência e se reconectar com o que sentimos.
Nos últimos anos, temos visto cada vez mais mulheres se destacando no universo do vinho. A que você atribui esse movimento?
Acredito que esse movimento reflete uma mudança mais ampla: as mulheres têm buscado espaços onde possam expressar sua sensibilidade, autenticidade e olhar estético, e o vinho é um território fértil para isso. O universo do vinho, por muito tempo técnico e fechado, hoje se abre para novas linguagens, narrativas e experiências, e as mulheres têm sido protagonistas nessa transformação. Elas trazem um modo de sentir o vinho e de comunicar sobre ele, que une conhecimento, intuição e beleza. É um movimento de presença, de ocupar o espaço com voz, sensibilidade e propósito.
Como o olhar das mulheres transforma a forma de viver e interpretar o vinho?
Porque traz sensibilidade e estética para um universo que, por muito tempo, foi dominado pela técnica. As mulheres olham o vinho não apenas como produto, mas como experiência, uma forma de conexão, de expressão e de presença. Elas ampliam o significado do ato de degustar, transformando-o em um gesto de autoconhecimento e beleza. Esse olhar mais sensorial e emocional convida todos a viver o vinho de maneira mais humana e inspiradora.
Que mensagem você procura deixar para as mulheres que participam dos encontros?
Brindem a si mesmas! Permitam que o vinho seja um convite para celebrar quem são, com autenticidade, liberdade e prazer. Cada mulher tem o seu estilo, seu tempo e seu paladar. O vinho que nos veste é, no fundo, o vinho que nos revela.
