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O Surgimento de Caxias do Sul: Da Colônia aos Fundos de Nova Palmira à Colônia Caxias

A trajetória histórica da colonização italiana e a influência de Luiz Antônio Feijó Júnior na definição da sede da futura cidade

Igreja construída em Nova Milano, na sede primeira de recepção aos imigrantes italianos , em 20 de maio de 1975.  (Fotos: Arquivo Pessoal)

Fruto de uma pesquisa longa e precisa, consigo marcar o início de Caxias, parecendo que já nasceu com o nome de “Colônia Caxias”. A estrada até não foi longa…

As colônias um e dois – Garibaldi e Bento Gonçalves, já receberam os primeiros nomes, em homenagem ao casal próximo do Imperador. A 3ª Colônia, recebeu uma denominação não tão clara, que se manifestou por primeiro como o local “berço da imigração, “Nova Milano”.

Por influência do Coronel José Feijó Junior, que tinha recebido uma sesmaria por trabalho prestado ao Presidente da Província, foi transferida para um descampado deixado pelos índios, chamado de “Campo dos Bugres”, depois “Sede Dante” e apenas no final de 1877, apareceu pela primeira vez a citação de “Colônia Caxias”. Segue ainda “Santa Tereza de Caxias.”

A influência de Feijó Junior

Assunto por demais interessante, há três anos, dos 250 anos do início do POVOAMENTO da localidade hoje caxiense de CRIÚVA. Por ali deve ter entrado o Cel Feijó.

Em 20 de maio de 2025, em Nova Milano, será comemorado os 150 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos, sendo que as terras começaram a ser demarcadas ainda em 1870. Foi dado prioridade a três colônias: Conde D’Eu (Garibaldi), Dona Isabel (Bento Gonçalves) e “Colônia aos fundos de Nova Palmira” e assim por diante.

A extensa área do nordeste gaúcho, foi destinada a receber entre 80 a 100 mil italianos, acrescidos de francesas, suíços e poloneses.
O Presidente da Província, Dr. JOÃO SERTÓRIO, chamou em Palácio o estancieiro LUIZ ANTÔNIO FEIJÓ JUNIOR, de São “Bom Jesus” do Triunfo, para lhe comunicar que seu governo estava com plano de colonizar a estabelecer uma corrente imigratória italiana para povoar a área devoluta existente do Pôrto de Guimarães (S. Sebastião do Caí) até a Paróquia de Nossa Senhora de Oliveira (Vacaria).

Comentou o Presidente, preliminarmente, que precisaria penetrar até o seu interior, via Criúva, e dele retirar bocados de terra, fibras, e outras amostras de seu solo, para serem examinadas nos laboratórios da Côrte, para saber se de suas propriedades positivas e negativas para colonizá-la. E que lembrou-se dele para tal missão, que era a de formar um grupo, uma “bandeira” e desse início a tão patriótica ação, penetrando até o local conhecido por Campo dos Bugres (hoje a cidade de Caxias do Sul) e nele acampasse e o explorasse aos seus arredores, convenientemente.

O denominado de “Conde Feijó”, fez a missão, mais ou menos em 1871. E se demorou nele uns 3 a 4 dias. Portanto, foi uns 6 anos após ter sido o Campo dos Bugres, descoberto por Antônio Machado de Souza, e já completamente desabitado. Até então ignorada sua existência por parte de civilizados.

Chegados os imigrantes em 1875, em “Nova Milano” foram ali recebidos. Era 20 de maio. Tinham partindo do Porto de São Sebastião do Caí, subiram a íngreme montanha até chegarem onde já estavam demarcados os lotes rurais. Foi considerado o local como o “Berço da imigração italiana no Rio Grande do Sul.

Mas a facilidade de deslocamento, pelas regiões plainas, já conquistadas pelos imigrantes alemães, chegados 50 anos antes, novos imigrantes descobriram novo caminho. Passaram por Feliz e chegaram até a pequena comunidade de NOVA PALMIRA. Este nome tomou uma grande projeção, quando o futuro centro da Colônia Caxias, foi denominado de “Fundos de Nova Palmira”. Subindo uma região de montanha, mas muito mais curta, muitos imigrantes começaram a utilizar o caminho da 3º Légua para chegaram a então a sede da 3ª Colônia.

A nossa história conta

Capela e torre, atual da localidade de “Nova Palmira”, no distrito de Vila cristina/Caxias do Sul, e que veio denominar a colonização do Campo dos Bugres, e ou sede Dante como “Fundos de Nova Palmira”.

Caxias do Sul nasceu com o nome de “Colônia aos Fundos de Nova Palmira”. Seus primeiros colonizadores chegaram no final de 1877. Eram camponeses e artesãos, imigrantes de várias nações da Europa, especialmente da Itália. Além das parcas bagagens, traziam a experiência secular de arar a terra, forjar o ferro, moldar o cobre. Estas habilidades auxiliaram os imigrantes nas relações com a nova terra. Tudo estava por fazer – troncos caídos, casas provisórias, lotes rústicos, homens e mulheres trabalhando, eram os elementos da paisagem desbravada.

Em 1877, a denominação oficial passou a ser Colônia Caxias. Enquanto se plantava o trigo, a videira, o milho, na Sede e nos travessões surgiam as oficinas, os moinhos, as serrarias. Caxias, em 1878, contava com 3.870 habitantes: italianos, brasileiros, alemães, poloneses, negros, franceses, suíços. A nova paisagem combinava elementos da pátria mãe e do país que os acolheu.

O escritório da Diretoria da Colônia localizou-se, em área destinada a servir como sede urbana do núcleo colonial, denominada de Sede Dante, também conhecida, como Campo dos Bugres. Em 11 de abril de 1877, comunicava a Inspetoria Especial de Terras e Colonização da Província do Rio Grande do Sul ao Dr. João Dias de Castro, Vice-presidente da Província que, por ordem da Corte, a “Colônia aos Fundos de Nova Palmira” passaria a ser denominada de Colônia Caxias.

Argumentos para a mudança da sede

Visionário e com interesses, Luiz Feijó Junior, que dá origem a importante via no bairro São Pelegrino

Luiz Antônio Feijó Junior fez ver ao Presidente da Província o desacerto de tal medida de se instalarem em Nova Milano. Tendo então, esse reconsiderado aquele ato, e dado a sede definitiva do Diretor da Colônia, o ex-Campo dos Bugres. Cognominado, por isso Feijó, como “O Visionário”, pois não tivesse Feijó Júnior tomado tal iniciativa, a cidade de Caxias do Sul, talvez não existisse onde ela existe.

Fundamentou-se o parecer de Luis Antônio Feijó Júnior, no fato de Nava Milano estar situado na extremidade Sul do sertão a ser colonizado. Ao passo que, o lugar conhecido como Campo dos Bugres, situava-se mais ou menos no centro da selva em a qual a nova sede da 3ª Colônia, facilitaria assim, a sua administração. Foi na 5ª Légua, que ergueu-se a Sede Dante.
Feijó Junior, graças ao seu trabalho e influência junto ao governo estadual, foi contemplado com uma sesmaria, localizada em região privilegiada.

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