Como era de se esperar, um crime em pleno centro de Flores da Cunha não passaria despercebido. Diversas câmeras filmaram a briga próxima a um bar que resultou no assassinato de Guilherme Argenta de Moraes, 26 anos, na madrugada de segunda-feira (24). As imagens mostram a primeira agressão em frente a um bar na rua Professora Maria Dal Conte e a perseguição pela Borges de Medeiros até a rua Doutor Montaury, onde a vítima esfaqueada morreu. As câmeras ajudaram a identificar os dois suspeitos, que foram presos em flagrante logo após o crime.
A Polícia Civil buscou estas gravações ao longo da segunda-feira (24). Para preservar as investigações, a delegada Suelen Breda Panizzon solicitou aos comerciantes que não divulgassem as imagens. Estas imagens dos estabelecimentos são mais próximas e focadas. Caso necessário, a Polícia Civil também poderá solicitar as imagens da Central de Monitoramento da prefeitura.
A principal gravação partiu do Brava Pub, pois foi ali que a briga começou. O empresário Eduardo Pena reforça que não houve qualquer desavença prévia dentro do bar. Inclusive, os dois suspeitos presos ficaram do lado de fora.
— O Guilherme (vítima) era nosso cliente, os outros dois não são. Eles entravam no bar para pegar cerveja e depois saíam (para beber na rua). Queria deixar bem claro que não foi no bar. A briga até começou ali na frente, mas o esfaqueamento foi lá na outra rua. Estamos cedendo as imagens das câmeras, fomos nós que acionamos a Guarda Municipal, ajudamos a identificar quem foi e prestamos os primeiros socorros (até a chegada da Guarda Civil Municipal e o Samu). Fomos nós que encontramos a faca e entregamos (para a Guarda). Fizemos tudo o que podíamos — lamenta o sócio do Brava Pub.
As imagens gravadas pelas câmeras do bar, e que estão em posse da Polícia Civil, corroboram com este relato. A filmagem mostra que os dois suspeitos estavam do lado de fora, enquanto a vítima estava dentro. As imagens não apresentam nenhum motivo para a primeira agressão.
— Na hora de sair, na porta (do bar), o Guilherme conversava com meu sócio quando, do nada, um deles veio e deu um soco na cabeça do Guilherme. Não tinha ocorrido uma confusão lá dentro, e nenhuma confusão na hora. Só veio e deu o soco. Daí começaram a brigar na rua. Meu sócio foi tentar separar, mas viu que um deles estava com uma faca, por isso ele voltou para pedir ajuda. Nesse meio-tempo, o Guilherme passa correndo e logo atrás passa o cara com a faca na mão. Eles dobram a esquina e é lá na outra rua (Doutor Montaury) que ele é esfaqueado — relata Pena.
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Sobre o rastro de sangue, uma sequência de gotas que começava na Professora Maria Dal Conte e dobrava a esquina da Borges de Medeiros, Eduardo afirma que o “sangue é da briga, que foi de soco”, argumentando que as facadas só ocorreram mais tarde. Ferido, Guilherme caiu na rua Doutor Montaury, onde foi encontrado pela Guarda Civil Municipal (GCM) e pelo Samu, que constatou o óbito.
Depois da briga, o suspeito retorna para a Professora Maria Dal Conte e aparece novamente nas imagens. O bar já estava fechado neste momento. O suspeito estava ensanguentado e voltou para buscar uma camiseta com o comparsa e, depois, foge do local. Este outro suspeito ainda pega uma sacola com cervejas antes de ir embora caminhando.
— O Guilherme era nosso cliente, costumava ir no nosso bar. Às vezes, bebia um pouco a mais, mas ele era de boa, não brigava. Ele não era de arranjar confusão. Ele trabalhava com o pai dele no mercado (da família) e era muito tranquilão, não incomodava. Às vezes, ele saía sem pagar, a gente mandava mensagem com a conta e ele pagava de casa, bem tranquilo — conta Pena.
Guilherme é velado na sala 01 da Funerária CCR Flores da Cunha. A cerimônia de despedida está marcada para às 10h desta terça-feira. Ele será sepultado no Cemitério Público Municipal.
