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Mudas florenses foram plantadas em solo italiano

Ato simbolizou a união entre os dois países e homenageou os 150 anos da imigração italiana no RS
Mudas foram plantadas neste domingo (19) em Piavon (Foto: Simone Martin/Divulgação)

Em 1875 a relação entre Brasil e Itália ganhava novos contornos e os primeiros imigrantes começavam a chegar ao país da “Cucagna”. Eles carregavam consigo sonhos e a esperança de novas oportunidades. Hoje, 150 anos depois, o elo entre América do Sul e Europa continua forte e vem se consolidando ainda mais com pequenas iniciativas de grande importância para os dois países.

Uma destas ações teve início em 2022, quando o italiano Domenico Bucciol, 37 anos, residia na Terra do Galo (ele morou em Flores da Cunha de 2019 a 2024) e embarcou para uma viagem de férias na Itália. Bucciol levou em sua bagagem alguns pinhões, os quais plantou em vasos. Com o passar do tempo as sementes germinaram e transformaram-se em mudas.

O engenheiro de produção conta que a iniciativa partiu de sua admiração pelas paisagens da região de Flores da Cunha e Nova Pádua, formada e evidenciada pela beleza e simbologia das araucárias.

– Tive esta ideia de trazer para a Itália (as sementes) como lembrança de tudo e também nesta época onde alguns países e expoentes políticos preferem construir muros, portas, divisões, eu acho que é melhor construir pontes. Então, um dia, na estrada que vai para Nova Pádua, fui com um amigo coletar os pinhões e decidi que na minha viagem durante as férias de duas semanas na Itália, no final de agosto, levaria comigo algum pinhão. E assim foi, plantei em um pote e depois deixei na Itália e voltei para o Brasil, meu irmão e meus pais cuidaram um pouco da planta até que começaram a ver que estava brotando. Isso foi uma joia muito grande para mim!

Bucciol conta que, atualmente, possui 10 mudas de araucárias e três delas foram plantadas neste final de semana, na manhã deste domingo (19), após a celebração de uma missa em Piavon, comune de Oderzo, província de Treviso, no Vêneto – Itália.

Atendendo ao propósito de “plantar em um lugar onde fosse público, para todo mundo” o plantio contou com a participação de alunos da catequese e bênçãos do Padre Nicivaldo, que, coincidentemente ou não, é brasileiro, natural da Bahia, e religioso em Piavon há pouco mais de dois anos.

– O símbolo (do plantio) é também para a comemoração dos 150 anos da imigração italiana no Sul Brasil, e uma árvore, eu acho, que é algo que vive e prospera depois de muitos anos.

E por falar em prosperar, as amizades do italiano em solo florense são carregadas de carinho e ocupam um lugar especial até hoje.

– Para mim, claramente, Flores da Cunha está no meu coração. Sempre costumo dizer que é uma cidade abençoada. Mas, acho que, hoje, nesse tempo de guerras que temos ainda, infelizmente, acho que ter uma mensagem de união entre os povos é algo incrível. Flores da Cunha, como muitas outras cidades do Rio Grande do Sul e da Serra gaúcha, tem ainda as pessoas, os velhinhos na comunidade, que falam o talian, que é o nosso dialeto, então, isso é um fator comum muito grande que a gente entende que não tem povos divididos, somos todos irmãos – reflete Bucciol que é complementado por seu amigo e ex-colega de profissão na Terra do Galo, Diego Tonet.

– Em breve será instalada uma placa no local, informando que essas sementes vieram de Flores da Cunha e contando um pouco sobre a história e a importância das araucárias. Afinal, a araucária é símbolo da Serra gaúcha e foi essencial na época da imigração: sua madeira serviu para erguer as primeiras casas, e seus pinhões alimentaram inúmeras famílias nos tempos difíceis da colonização.

(Foto: Simone Martin/Divulgação)
(Foto: Simone Martin/Divulgação)

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