A necessidade de roçadas regulares em terrenos baldios e áreas públicas de Flores da Cunha é uma demanda recorrente da população, o que ficou demonstrado pelas recentes indicações de três vereadores. A preocupação é com o abandono de lotes e a falta de manutenção adequada, o que gera transtornos em diversos bairros pelo surgimento de animais peçonhentos, acúmulo de lixo e a dificuldade de circulação por conta da vegetação alta.
A situação é especialmente crítica no Loteamento Sonda, no bairro Nova Trento, e em regiões do bairro São José, como as proximidades da APAE. Algumas destas reclamações chegaram ao vereador Diego Tonet (PP), que apresentou uma indicação formal à Prefeitura solicitando maior fiscalização e a notificação dos proprietários de terrenos baldios para que realizem as roçadas com regularidade.
Segundo Tonet, a falta de cuidado compromete tanto a segurança quanto o bem-estar dos moradores do entorno.
— É um pedido simples, mas muito importante. A limpeza regular evita riscos, melhora a convivência entre vizinhos e valoriza o bairro — afirmou.
O vereador progressista ainda ressaltou a importância da fiscalização e o incentivo aos proprietários para que mantenham seus terrenos limpos, reforçando que a falta de cuidado impacta diretamente na qualidade de vida da vizinhança.
Em sua época como suplente, a vereadora Maria Branchini (MDB) também usou seu espaço no pequeno expediente para chamar atenção para pontos que considera críticos no bairro São José. Ela, que é diretora da APAE, destacou a quadra em frente a instituição, que é vizinha de um escola municipal. No local, a altura da vegetação compromete a visibilidade e gera riscos.
— Quase não se enxerga de um lado para o outro por conta da altura do mato. E essa quadra está num ponto onde temos um sindicato, uma igreja, uma praça, um parque. É uma região estratégica que precisa de mais atenção — afirmou Maria.
A vereadora sugeriu ainda a criação de um cronograma específico de roçadas para áreas com grande fluxo de pessoas, como escolas, praças e vias de acesso público.
Maria Toscan, moradora do São José, reclama da vegetação alta nas proximidades da APAE.
— Essa região aqui tem a APAE, tem parquinho para as crianças brincarem, logo ali na frente tem o hotel (Letto), então é um lugar de muita movimentação de pessoas. Agora no inverno até não tem tanto problema com a questão de animais (peçonhentos) mas no verão é muito perigoso. Além disso tem a questão visual do bairro. De que adianta ter tantos locais bonitos, de lazer e ser descuidado? Independentemente de quem seja a responsabilidade, seja da prefeitura ou do proprietário, tem que cuidar — opina a moradora.
Problema se repete em terrenos públicos
O debate na Câmara, contudo, não se limitou aos terrenos particulares. O vereador Valdecir Paulus (MDB) defendeu as notificações da prefeitura, mas destacou que o próprio município precisa dar o exemplo, realizando a capina e manutenção dos terrenos públicos de sua responsabilidade.
— Sou totalmente favorável às notificações, mas é preciso que a Prefeitura faça sua parte. Em muitos casos, o próprio município não realiza a manutenção dos seus terrenos, e assim fica difícil exigir dos outros — pontuou o emedebista.
Outro caso citado foi pelo vereador Claudimir Kremer Alemão (MDB) na sessão ordinária da última terça-feira (22), que relatou a situação de um terreno público nas proximidades do condomínio Villagio Frei Salvador, também no bairro São José. Segundo ele, os moradores relataram o surgimento de animais peçonhentos devido à vegetação alta nas ruas.
— Fiz uma indicação ao prefeito para que seja feita a roçada de um terreno público nas proximidades do condomínio Villagio Frei Salvador. Os moradores me procuraram solicitando essa roçada, temos vegetação na rua. Nesses locais os relatos são que vem aparecendo bichos peçonhentos — afirmou Kremer.
O que diz a prefeitura
Em resposta às demandas, a Prefeitura informa que realiza anualmente notificações com base em um cronograma que abrange todos os bairros. As ações priorizam áreas com maior incidência de terrenos sem manutenção e também atendem às denúncias feitas pela população. O trabalho de fiscalização, segundo a administração, é contínuo, mas depende da disponibilidade da equipe técnica.
Sobre os prazos, a Prefeitura explicou que, após a notificação, os proprietários têm até 15 dias para realizar a limpeza. Caso isso não ocorra, é instaurado um processo administrativo, no qual o proprietário pode ser multado.
Já em relação às áreas públicas, como praças, escolas e parques, a Prefeitura destacou que a realização das roçadas segue um cronograma definido pelas equipes de manutenção, com o objetivo de manter os espaços públicos limpos, seguros e acolhedores para a comunidade.