As melhorias na infraestrutura urbana de Flores da Cunha são acompanhadas de um aumento imprudente da velocidade dos veículos nas vias recém-pavimentadas. Semanalmente, os vereadores dão voz ao tema da comunidade e remetem à Prefeitura indicações da colocação de redutores de velocidade — principalmente próximo a escolas e outras áreas frequentadas por crianças.
As solicitações à Câmara de Vereadores são por quebra-molas e lombadas eletrônicas. Os parlamentares confirmam que esse tipo de pedido é um dos mais frequentes, principalmente em áreas residenciais, onde moradores expressam preocupação com o desrespeito aos limites de velocidade.
O vereador Valdecir Paulus (MDB) reforça que estas indicações partem da própria população.
— A questão de indicar onde colocar redutores vem muito da comunidade. Como são as pessoas que vivem o dia a dia, elas nos procuram e nós vamos até as localidades para verificarmos a possibilidade de fazer a indicação ao Executivo. Na verdade, quem indica é o morador, normalmente próximo de escolas, paradas de ônibus, de praças onde tem muito movimento — afirma Paulus.
Na opinião do emedebista os redutores deveriam ser parte integrante do planejamento urbano.
— Os asfaltos novos deveriam já estar completos no projeto, incluindo os redutores de velocidade. Isso é natural (a maior velocidade dos veículos), pois em vias bem asfaltadas a velocidade dos veículos tende a ser maior. A inclusão de redutores em vias asfaltadas já deveria ser algo previsto automaticamente no projeto. Não vejo isso como um problema, mas sim como um avanço. O asfalto é necessário tanto para a cidade quanto para a zona rural e, por uma questão de segurança, os redutores são igualmente importantes — acrescenta.
O vereador Diego Tonet (PP), que está em seu segundo mandato, confirma que os redutores são uma demanda de longa data dos florenses.
— Os redutores foram um dos maiores pedidos na legislatura passada, inclusive fiz indicações. O que vemos na nossa cidade é uma falta de educação no trânsito, com muitos motoristas não respeitando o limite de velocidade.
“Segurança é prioridade”
O secretário de Segurança Pública, Transportes e Mobilidade de Flores da Cunha, Itamar Brusamarello, explica que todas as solicitações de redutores passam por uma avaliação técnica, baseada em critérios estabelecidos pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
— Para cada solicitação é realizada uma análise detalhada, considerando fatores como o volume de tráfego de veículos e pedestres, o histórico de acidentes, a velocidade média praticada, as características da via e a presença de equipamentos públicos nas proximidades. Com base nessa avaliação, são determinadas as intervenções mais adequadas, que podem incluir lombadas, faixas elevadas, tachões, sinalização reforçada ou outras medidas de engenharia de tráfego — complementa.
Em busca de soluções, o vereador Tonet se reuniu com o secretário Brusamarello e sugeriu alternativas mais modernas, como os controladores de velocidade média. Esse sistema calcula o tempo necessário para percorrer um trajeto entre dois pontos. Se, por exemplo, um percurso que deveria levar 1 minuto for feito em 30 segundos, isso indica que o condutor está trafegando além da velocidade permitida.
— Buscamos alternativas mais eficientes, como o sistema de controle de velocidade média. Ele permitiria monitorar o comportamento dos motoristas de forma mais precisa, sem a necessidade de redutores físicos, que muitas vezes causam desconforto. As lombadas e quebra-molas garantem segurança apenas nos trechos próximos a esses dispositivos, depois de passá-los, o motorista geralmente volta a acelerar. Com o controlador de velocidade média, o condutor teria que manter o limite durante todo o trajeto — sustenta.
Para o vereador Marcelo Golin (PL) o avanço da pavimentação não representa um problema, e sim um passo importante no desenvolvimento do município.
— Asfalto não é problema, é desenvolvimento. Os redutores de velocidade, neste caso, servem como auxílio na segurança das pessoas que utilizam da via pública — afirma.