Dona Helena chegou a enviar empadas e uma torta para a Bélgica. (Foto: Sohfia Marcon Fiorese)
Em uma panela acrescente os seguintes ingredientes: força de vontade, coragem, persistência, amor, bondade e gratidão. Misture bem e você terá a receita de sucesso das famosas tortas, doces e salgados da confeiteira Helena Pasetto Soprano, 87 anos.
Dona Helena, como é conhecida, é natural de Antônio Prado e mudou-se para Flores da Cunha há 50 anos. Na Terra do Galo ela começou trabalhando como cozinheira em um bar, na avenida 25 de Julho, e logo conquistou o paladar dos clientes florenses.
— Eu cheguei junto com o Paulo Pasetto, meu irmão. Quando eu fiquei viúva (de Adelar Pedro Soprano), ele me convidou para vir aqui trabalhar em um bar que tinha comprado. Eu aceitei e dirigi a cozinha – lembra Helena, que veio ao município com seus quatro filhos, Lari Antônio, Hugo Luís, Nilson e Claudia Rita.
Após o falecimento de Paulo, a cozinheira chegou a retornar para Antônio Prado, mas o destino a surpreendeu com a possibilidade de voltar para Flores com seus filhos.
— O problema é que a gente já tinha vendido o bar, então o que eu ia fazer? Mas aí as pessoas começaram a dizer: “por que tu não faz comida para vender? Faz como tu fazia lá no restaurante que nós íamos almoçar. Faz vianda que nós viemos pegar”. A partir disso comprei as panelas, os fogões e tudo que precisava — conta Helena.
No decorrer dos anos, de tanto as pessoas perguntarem pelas tortas e salgados do antigo bar, Helena refletiu e optou por abandonar as viandas e seguir com a parte de confeitaria, a qual se dedica até os dias de hoje. Ela se orgulha ao relembrar que suas delícias já atravessaram o oceano:
— Cheguei a mandar empadas e uma torta congelada, dentro de um isopor, para a Bélgica!
Esta trajetória de sucesso também rendeu à confeiteira o título de Mulher Cidadã 2025, que foi entregue à Dona Helena em sessão solene realizada pela Câmara de Vereadores nesta quarta-feira (5), indicada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Sobre a homenagem, a cozinheira enfatiza:
— Eu só sei dizer que isso me emocionou muito. Fiquei muito feliz, é uma coisa que eu nunca esperava na minha vida. Eu reforço que amo Flores da Cunha e o povo florense.
Nos últimos anos, a confeiteira tem passado seus segredos gastronômicos para os netos, André e Amanda, caso eles queiram dar continuidade às delícias preparadas pela avó.
Conheça outras seis histórias de inspiração e superação
Sete mulheres com trajetórias marcantes são homenageadas por suas contribuições e força transformadora na comunidade de Flores da Cunha e Nova Pádua. Um pequeno exemplo do que se deve ser lembrado, valorizado e conquistado pelo Dia Internacional das Mulheres. Por terem trajetórias que emocionam e inspiram, confira as histórias de outras mulheres que ensinam e fazem parte da comunidade.
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