Dica para os pais e responsáveis é comparar preços e antecipar as compras do material
Início do ano letivo é época de compra do material escolar, um custo considerável no orçamento familiar. As dicas são pesquisar os preços e antecipar as compras para aproveitar promoções, afinal os custos dos produtos exigidos pelas escolas devem subir até 9%. O dado é da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) que aponta a inflação e o dólar alto como os principais fatores para o reajuste.
O presidente Sidnei Bergamaschi explica que os itens nacionais terão um reajuste de cerca de 5%, devido ao aumento nos custos de produção do ano passado. Esse aumento foi causado principalmente pela alta no preço de matérias-primas como papel, papelão, embalagens e tintas. Já os itens importados podem chegar à 9% de aumento, por conta do frete marítimo, especialmente da Ásia. Mochilas, estojos e produtos derivados de papel foram alguns dos artigos mais afetados.
— É sempre importante lembrar que os itens da lista escolar sofrem um grande impacto da tributação dos impostos, aproximadamente 40% do preço desses itens são impostos — salienta o presidente da ABFIAE.
Sócia proprietária da Decoris, Patriele Zanella Slaviero observa que o movimento nas papelarias florenses começa a aquecer de forma organizada. O pico de vendas ocorre em fevereiro, já que a maioria dos pais deixa para comprar os materiais escolares mais perto da volta às aulas, priorizando outros gastos do início do ano, como o IPVA.
— O nosso (movimento mais) forte é no mês de fevereiro, quando não há tantas ofertas e os pais são praticamente “obrigados” a comprar — pontua Patriele.
As vendas já refletem o impacto dos preços reajustados. Produtos como papéis A4, papéis de ofício e de desenho registraram aumentos significativos, superando as expectativas do mercado. Outros itens, como lápis de cor e canetinhas, tiveram reajustes entre 6% e 8%. As mochilas podem variar de R$ 49,90 até R$ 400 nas lojas florenses.
A gerente da papelaria Arco-Íris Presentes, Márcia Bordin Viapiana, considera que com R$ 200 é possível montar uma lista básica, mas completa. No entanto, listas recheadas, que incluem materiais de personagens e marcas famosas, podem chegar facilmente a R$ 1 mil.
— O que percebo é que muitos pais tentam equilibrar: escolhem dois ou três itens de personagens e depois buscam as promoções, com opções mais em conta para o restante da lista — explica.
A busca por melhores preços faz muitos pais recorrerem a promoções em lojas online:
— Percebemos que temos perdido muito para a internet. O pessoal não está fazendo as listas completas e isso nos leva a crer que o que prevalece é a busca por alternativas online. Já aconteceu muito no Natal, com os brinquedos, e agora parece estar acontecendo com o material escolar também — relata Cláudia Rossi, proprietária do Bazar Objetu’s.
R$ 316 em cadernos
Na compra dos materiais para as filhas Paloma, 11 anos, e Maya, 4, Daniela Tomazzoni, 37, comprova os preços elevados dos cadernos — um dos mais reclamados pelos pais.
— O item mais caro que encontrei, talvez a palavra seja até “absurdo”, foram os cadernos. É uma situação complicada, pois encontrei cadernos em promoção por R$ 10, mas as crianças não querem porque a capa é lisa. Aí o caderno (com capa) de personagem chega a R$ 33,90 — relata.
Somente na lista da filha mais velha, Paloma, foram 10 cadernos e mais um de desenhos, o que pagando à vista com 10% de desconto chegou a R$ 316.
A terapeuta holística Cintia Debenetti, mãe de Valentina Debenetti, 11 anos, concorda que houve aumento dos produtos, mas acredita que o valor varia conforme a qualidade do material:
— O aumento foi geral, não teve nenhum dos materiais que diminuiu de preço. Tudo varia na qualidade, porque existem vários tipos de material hoje em dia. Ano passado, gastei cerca de R$ 500 no material da minha filha. Este ano, gastei praticamente o mesmo valor. Só que em 2024 comprei algumas coisas diferentes, como os cadernos inteligentes. Este ano, comprei os cadernos mais simples. Se fosse comprar a mesma qualidade que comprei em 2024, gastaria uns R$ 700 — compara.