Trazer algumas pitadas da gastronomia mediterrânea para a Terra do Galo. Este é o objetivo do jantar temático dos cursos técnicos do CETEC-UCS, que este ano ganha o nome de Bistrô Nostrum Sirocco. A nona edição do evento será realizada no Restaurante Dolce Itália da Escola de Gastronomia da UCS, na próxima quinta-feira (30) a partir das 19h30min.
A origem do nome “Sirocco” tem relação com o vento quente e seco vindo do deserto do Saara, que cruza o Mediterrâneo, carregando poeira e areia. Já o termo “Nostrum” é historicamente conhecido pela expressão “mare nostrum”, que significa “nosso mar” e foi utilizado pelos romanos que dominaram todos os litorais ao redor.
— A ideia é trabalhar para englobar todos os países (da região Mediterrânea). Vai ter França, Itália e Portugal, mas a gente não quer ficar só com a Europa, a gente quer os países do Norte da África, da região do Magrebe, Argélia, Tunísia, Marrocos, alguma coisa também de Grécia, explorar esses países que às vezes acabam não aparecendo tanto. O objetivo é trabalhar o Mediterrâneo como um todo — explica o professor do curso técnico de gastronomia Israel Bertamoni.
O tema do jantar varia a cada ano e é escolhido pelos próprios estudantes. Neste ano, os alunos de Gastronomia apresentaram o projeto aos cursos técnicos de Administração e Informática, que também realizam o Bistrô, colaborando na parte organizacional. Os três cursos, juntos, envolvem 40 alunos.
— Estou há seis anos conduzindo (o curso) e é muito legal, é uma atividade que tem um empenho muito grande por parte deles (alunos). Acho que é um dos eventos em que eles conseguem se ver, de fato, na vida profissional. Eles saem daqui na noite (do evento) chorando. É uma mistura de realização, cansaço, tudo junto — orgulha-se Bertamoni.
Cardápio
A dieta mediterrânea é baseada em alimentos frescos, integrais e minimamente processados. Para preservar os nutrientes, no preparo predominarão alimentos grelhados, assados e com cozimento a vapor.
- Couvert: Pão folha, Caponata siciliana e Homus de grão de bico
- Entrada: Fitas de abobrinha com tabule e coalhada seca
- Primeiro prato: Risoto de laranja com funcho e camarão empanado no gergelim
- Segundo prato: Kafta de cordeiro com couscous e legumes
- Sobremesa: Baklava de nozes e pistache com curd de limão siciliano e sorvete de creme
- Mimo: Biscoito de amêndoas
Os ingressos são limitados a 150 lugares e podem ser adquiridos ao valor de R$ 120 pelo WhatsApp (54) 99931-6758.
Gabriel Rossetti (Foto: Gustavo Ascari/ Divulgação)
“Eu tenho o plano de continuar”
Um dos alunos que faz parte da turma de gastronomia é o caxiense Gabriel Rossetti, 17 anos. Ele conta que o gosto pela culinária foi herdado da avó, Lorena, de 76 anos.
— Eu cozinho com minha avó desde quando eu era bebê, fazíamos bolo, maionese, tudo. Tinha as minhas babás também que cozinhavam e eu ajudava — lembra Gabriel, que hoje compartilha com a avó as receitas que aprendeu no curso.
O jovem, que estuda no CETEC desde o Ensino Fundamental, em 2022, revela que ele próprio fazia e vendia bolos na escola, mas a oportunidade de cozinhar para diversas pessoas juntas, além de familiares, é algo novo.
— Estou gostando bastante (de fazer o jantar temático) porque eu tenho o plano de continuar (com a gastronomia). Então, eu já quero ver mais ou menos como será a experiência — revela Gabriel.
O estudante, que costumava vir a Flores da Cunha com a família para prestigiar eventos nos pavilhões do Parque da Vindima Eloy Kunz, está entusiasmado pelo dia do evento.
— Eu estou animado! Chamei toda a minha família e já disse que no dia 30 do mês 10 eles têm compromisso. Pedi para não marcarem nada — conclui o alegre estudante.
Ana Luisa Pivotto Rizzi (Foto: Gustavo Ascari/ Divulgação)
“Fazer uma coisa bem diferente”
Quem também despertou o interesse pela gastronomia por influência da avó foi a estudante Ana Luisa Pivotto Rizzi, 18 anos, que vem de Caxias do Sul para as aulas na Escola de Gastronomia da UCS nas segundas e quintas-feiras.
— Sempre tive esse contato com a cozinha, desde quando eu ajudava a minha avó (Leonora, 76 anos) a cozinhar, sempre gostei. Ela fazia bastante pudim, eu ajudava ela com isso — lembra Ana.
Mais do que aperfeiçoar-se em uma área que aprecia, a jovem acredita que participar do Bistrô Nostrum Sirocco contribuirá para seu desenvolvimento pessoal:
— Vai ajudar a ter um uma noção de organização, tanto para cozinha quanto para outras coisas. E saber lidar com pressão, que eu não sou muito boa trabalhando sob pressão. E trabalhar com outras pessoas também.
Apesar da ansiedade, Ana vê uma oportunidade de mostrar talento.
— O objetivo é fazer uma coisa bem diferente para que outras pessoas possam experimentar. Quem vai vir para o Bistrô poderá ter essa experiência de provar alguma coisa bem fora do comum — conclui, empolgada.
