Evento que transforma Flores da Cunha no ponto de encontro da inovação na Serra, o Inova FC 2025 ocorreu nesta quinta-feira (18) . Realizado no Centro Empresarial, o encontro chegou à sua terceira edição com uma programação intensa de palestras, painéis temáticos, experiências imersivas e espaços de networking.
Com o tema “Conectar para prosperar juntos”, o Inova FC propôs debates e reflexões sobre os desafios e oportunidades da inovação nos mais diversos setores da tecnologia à educação, passando por turismo, saúde, sustentabilidade e empreendedorismo.
Além dos conteúdos no palco principal, os participantes encontraram ainda um espaço voltado ao enoturismo, área de startups, degustações com produtos florenses e, ao final do dia, happy hour com música ao vivo de Maicon & Pontel.
Evandro Badin e Painel 35 anos CE
O primeiro painel da tarde foi conduzido pelo palestrante Evandro Badin, que prendeu a atenção do público ao destacar a importância da clareza e da conexão humana nos processos de inovação, elementos que, segundo ele, são decisivos para o sucesso nos negócios. Logo depois, o evento abriu espaço para um momento de celebração dos 35 anos do Centro Empresarial (CE), que completa a marca histórica em 2025. Em um painel repleto de memórias e reflexões, participaram o atual presidente da entidade, Gilberto Boscato, e os ex-presidentes Eroni Koppe e Alessandro Cavagnolli. A conversa foi mediada por Katherin Misura.
Durante o bate-papo, os painelistas compartilharam experiências, destacaram conquistas e traçaram perspectivas para o futuro. Em comum, todos ressaltaram o papel fundamental do CE na formação de lideranças e no fortalecimento do empreendedorismo em Flores da Cunha e em toda a Serra.
Da indústria à plataforma e Cidade que escuta
Na sequência da programação, o palco principal recebeu Mateus de Abreu, da Rands, com a palestra “Da Indústria à Plataforma”. Com uma abordagem direta e provocativa, Mateus destacou a importância de manter o foco no cliente: “Apaixone-se pela dor do cliente, e não pelo seu produto”, afirmou. Ele ressaltou ainda a velocidade das transformações no mercado e a necessidade de equilíbrio entre inovação e sustentabilidade: “O mundo dos negócios está muito acelerado. Não podemos ficar dois anos produzindo uma IA. A inovação é importante, mas precisa se sustentar”.
Logo após, foi a vez de Rodrigo Ricieri trazer ao palco a reflexão “Cidade que escuta”. Ele valorizou o acolhimento como um diferencial de Flores da Cunha: “A hospitalidade é o maior atributo da nossa gente”, reforçando a importância de ouvir e se conectar com as pessoas para promover ambientes mais inclusivos e inovadores.
Vinho em transformação
Com um olhar voltado para as mudanças de comportamento do consumidor, o painel comandado por Daiane Argenta (Vinícola Argenta) e Cleidi Soberansky (Grupo Argenta) trouxe à tona uma pergunta provocativa: o vinho do futuro será com ou sem álcool?
O debate girou em torno da tendência crescente de redução do teor alcoólico nas bebidas, uma demanda cada vez mais presente no mercado nacional. Apesar de o Brasil ainda ser um país jovem no consumo de vinhos, as painelistas destacaram que o público brasileiro demonstra grande abertura às inovações. A conversa mostrou que inovar no mundo do vinho vai além do produto, envolve compreender o estilo de vida das novas gerações e repensar a tradição sem perder a essência. Como resumiram as palestrantes, “somos abertos à inovação e o vinho pode acompanhar essa evolução.”
Do asfalto às estradas da inovação
O palco também recebeu Alexandre Leite Cruz, da Marcopolo Motorhome, com a palestra “Transformando ideias em realidade: a jornada de um projeto”. Ele compartilhou os bastidores do desenvolvimento do NOMADE, modelo de motorhome corporativo da empresa, destacando os desafios e aprendizados de um projeto que une design, engenharia e propósito. Alexandre ressaltou que “o dono do motorhome às vezes é mais crítico com o motorhome do que com sua casa”, ilustrando o alto nível de exigência do público consumidor. Para ele, os três pilares essenciais para o sucesso do projeto foram: apoio incondicional da liderança da empresa, negociações claras com todas as áreas envolvidas e uma relevância que não pode ser negociada. A experiência mostrou como a inovação, quando bem conduzida, é capaz de transformar até os modelos de negócios mais tradicionais.
Educação, juventude e desenvolvimento regional
Dois painéis trouxeram ainda temas fundamentais para o futuro da região: o papel das universidades comunitárias e o protagonismo da juventude. No painel “Sustentabilidade, inovação e colaboração”, Neide Pessin abordou a atuação da Universidade de Caxias do Sul (UCS) como agente transformador no desenvolvimento regional. Ela destacou a importância das parcerias entre a universidade e a comunidade, evidenciando como o conhecimento acadêmico pode e deve estar a serviço da sociedade.
Já o painel “Juventude que move negócios” reuniu integrantes do CE Jovem para compartilhar suas experiências com projetos de empreendedorismo e inovação. Os jovens destacaram como a atuação dentro do Centro Empresarial os impulsionou a desenvolver habilidades de liderança, colaboração e visão de futuro.
O que vem depois do ChatGPT?
O encerramento do Inova FC 2025 ficou por conta do futurista Tiago Mattos, com a palestra “O que vem depois do ChatGPT?” Em uma abordagem provocativa e prática, ele mostrou como a inteligência artificial generativa já redefine profissões, mercados e a própria criatividade humana, e como essa transformação ainda está apenas começando. Tiago ainda destacou os impactos éticos, sociais e emocionais desse novo cenário, lembrando que a IA pode ser uma aliada na eficiência, na saúde mental e no potencial criativo de pessoas e empresas. Ao projetar as próximas eras da inteligência artificial, ele deixou ao público um convite para se preparar para um futuro de colaboração cada vez mais intensa entre humanos e máquinas.
Com um dia repleto de provocações, cases inspiradores e olhares voltados ao futuro, o Inova FC 2025 encerrou sua terceira edição com uma mensagem de que inovação vai além da tecnologia e passa, sobretudo, pela conexão entre pessoas, ideias, gerações e propósitos. Em um momento em que o mundo exige velocidade sem abrir mão da sensibilidade, a Terra do Galo se posiciona como protagonista na construção de um ecossistema de desenvolvimento que respeita suas raízes e aposta na colaboração como caminho para reinventar o amanhã.

