A terceira edição do Simpósio de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, promovido pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), movimentou o auditório da CIC Caxias do Sul na tarde desta quarta-feira (6). Com o tema central voltado ao uso prático da inteligência artificial na indústria, o evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre empresários, autoridades e representantes do setor produtivo.
Durante cinco horas de programação, especialistas com atuação nacional compartilharam experiências sobre inovação sustentável, economia circular e as aplicações reais da IA em diferentes segmentos industriais.
Design e futuro: “Vivemos a era do imprevisto”
O painel de abertura, “Design do Futuro: Tendências e Inovação Sustentável”, foi conduzido pelo designer e professor Marco Lobo, que provocou reflexões sobre a necessidade de adaptação estratégica diante das rápidas transformações globais.
— O mundo está mudando e temos que perceber estrategicamente para onde podemos ir. Visão de design é visão de futuro. Estamos vivendo na era do imprevisto — afirmou Lobo.
Economia circular: custo, escassez e tecnologia a favor da segurança
A especialista em sustentabilidade Rose Nogueira abordou os impactos financeiros e ambientais do atual modelo de produção e descarte, no painel “A Revolução da Indústria pela Economia Circular”. Para ela, repensar o ciclo de vida dos produtos é urgente.
— Estamos pagando mais para extrair a matéria-prima, mais para produzir, e ainda mais para descartar. Isso impacta diretamente no resultado financeiro das empresas — alertou.
Ela também destacou o uso da IA para promover segurança no ambiente industrial:
— Já há casos em que a inteligência artificial monitora o uso de EPIs e envia alertas aos celulares dos gestores, resultando em redução de até 28% nos acidentes de trabalho — explicou.
IA e inovação: sem pessoas, ela não funciona
O painel “Oportunidades de Inovação com I.A.” contou com a participação do pesquisador Dr. Tiago Naves, que alertou para a necessidade de um olhar mais realista sobre o retorno financeiro da tecnologia.
— Todos falam de IA, mas o retorno financeiro ainda é pequeno em muitas empresas. Sem mão de obra humana, a IA não funciona. Existe muito discurso amedrontador sobre perda de empregos, mas isso não corresponde à realidade — afirmou Naves.
“Precisamos ensinar a IA.”, defende criador
Fechando o simpósio, o painel “Pense com IA e Acelere os Lucros”, apresentado pelo pofessor e colunista Gustavo Melles, , trouxe uma perspectiva prática sobre a relação entre IA e produtividade.
— Vivemos tempos de IA e precisamos saber como fazer ela trabalhar a nosso favor. Muitas vezes o cliente imagina que tudo estará pronto, mas não: é preciso ensinar a IA, alimentá-la com dados e contexto — destacou.
Engajamento e networking
Ao longo da tarde, o público interagiu com os palestrantes e aproveitou momentos de networking. Brindes foram distribuídos aos participantes. O diretor do Simplás, Leocádio Nonemacher, destacou a importância do evento para preparar o setor industrial para os desafios da transformação digital e da sustentabilidade.
— A indústria plástica está no centro desse debate. Precisamos estar atentos às inovações, mas também às novas responsabilidades que surgem — afirmou.