A arte nunca falou apenas uma língua. Em cada técnica, da aquarela ao bordado, habita uma gramática delicada, capaz de traduzir o que as palavras não alcançam. É por meio da cor, da forma, do gesto e da matéria que os povos narram sua trajetória quando as palavras não bastam. A exposição “Memorie e Radìse”, inaugurada na segunda-feira (2) no Solar Dalva Maitelli Belló, na Câmara de Vereadores, fala exatamente esse idioma universal: uma exposição que reúne 16 artistas de Flores da Cunha para revisitar os 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul.
Cada criação demonstra uma maneira própria de lembrar o passado. A professora e artista visual Lisiane Salgado, por exemplo, criou especialmente para a mostra uma releitura das mãos de “A Criação de Adão”, de Michelangelo. No lugar do toque divino, colocou o gesto humano do imigrante, semeando a videira e cultivando o vinho.
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