Início » Flores da Cunha busca soluções para destravar obras que dependem da RGE

Flores da Cunha busca soluções para destravar obras que dependem da RGE

Intervenções em diferentes pontos do município aguardam ajustes da concessionária de energia para avançar
A continuação do asfalto na Estrada Benedetto Vedana aguarda a retirada dos postes há dois anos (Foto: Klisman Oliveira)

A infraestrutura está pronta para avançar, mas quem é responsável pelos postes de luz parece seguir outro cronograma. Em diferentes pontos da Terra do Galo, obras públicas travam à espera de ações da concessionária de energia elétrica, a RGE. A Prefeitura de Flores da Cunha destaca que há três pedidos de remoção de postes em espera.

O exemplo principal, e que já foi alvo de manifestações da comunidade, é o da Estrada Benedetto Vedana, no Travessão Alfredo Chaves. O asfaltamento parou justamente onde há postes de luz no meio da via pública. Há dois anos, os moradores aguardam a conclusão dos 300 metros “esquecidos” da pavimentação asfáltica.

— Atualmente, algumas obras estão com o andamento comprometido em função de pendências com a RGE. Na Rua Antônio Soldatelli, há um poste no acesso à Estrada dos Tradicionalistas. Esta situação já foi comunicada à concessionária, mas ainda não obtivemos retorno — aponta o Secretário de Obras e Serviços Públicos, Valdir Machado, sobre a curva considerada um risco eminente de acidente.

— Além disso, na localidade de Zona Verdi, em razão do alargamento já realizado, há postes que poderão causar transtornos futuramente caso não haja a devida adequação por parte da RGE — aponta Machado.

Projetos de maior porte também já sofreram com a lentidão de resposta da concessionária. Um exemplo recente é o projeto de R$ 7 milhões contra as enchentes na Rua Luiz Zanandrea, próximo ao pórtico Sul.

— Esta obra de São Cristóvão também ficou paralisada por dois meses em razão da necessidade de deslocamento da rede elétrica — relata Machado, citando a obra que é um dos principais investimentos públicos em andamento no município, que envolve drenagem pluvial, pavimentação, rotatórias e melhorias.

“O retorno costuma ser lento e os prazos excessivos”

O secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Valdir Machado, reforça que o atraso no andamento destes serviços está na demora do retorno da RGE.

— O principal desafio tem sido a falta de retorno por parte da RGE. A comunicação é difícil, o atendimento é demorado e muitas demandas não recebem o devido acompanhamento. Situações assim comprometem o planejamento das obras e geram insatisfação tanto para a administração quanto para a população — critica o secretário.

Diante da ausência de respostas da concessionária, a Prefeitura procura alternativas e tenta negociar soluções para contornar a morosidade.

— O município tem buscado o diálogo com a RGE. Em alguns casos, os projetos são encaminhados formalmente para análise e execução por parte deles; em outros, tentamos resolver por meio de contato direto com os responsáveis locais, na tentativa de dar agilidade às demandas. Porém, o retorno da empresa costuma ser lento, e os prazos apresentados, muitas vezes, são excessivos, o que exige da Prefeitura um esforço para tentar reduzir esses tempos e minimizar os impactos— afirma.

Ainda assim, os efeitos da espera se espalham por diferentes obras e exigem cada vez mais jogo de cintura por parte da Prefeitura para lidar com os atrasos, conforme o titular da pasta de Obras e Serviços Públicos.

— Até o momento, não tivemos prejuízo financeiro (em decorrência dos atrasos), mas os impactos são evidentes em outros aspectos: há transtornos à comunidade, e frustração pelo atraso na conclusão das obras — finaliza Machado.

Mutirão contra fios sem prazo

Outro ponto de embate entre florenses e a concessionária RGE são os mutirões para retiradas de fios inativos dos postes de luz. A situação não afeta a rotina urbana somente pela poluição visual, mas, principalmente, pelo risco de acidentes. É comum encontrar estes excessos de fios pendurados a baixa altura ou soltos pelas vias, ficando presos em caminhões ou atrapalhando pedestres.

O tema foi levantado em uma audiência pública na Câmara de Vereadores em abril, quando representantes da RGE se comprometeram a participar de mutirões quinzenais para remoção desses cabos, em conjunto com operadoras de internet e telefonia.

Desde então, só ocorreram três mutirões. A última ação ocorreu no dia 28 de agosto, na Rua Borges de Medeiros, esquina com a Ernesto Alves. Prefeitura e Câmara de Vereadores apontam que a principal dificuldade para agendar novas ações é a comunicação com a RGE.

Procurada pela reportagem, a RGE respondeu em uma nota por e-mail.

Confira a resposta na íntegra:

“A RGE informa que todas as solicitações de deslocamentos de rede feitas pela Prefeitura de Flores da Cunha estão dentro dos prazos estipulados pelo setor elétrico. Já em relação aos mutirões, a RGE está retomando o contato com empresas de telecomunicações e Prefeitura para o acerto de locais e datas para as próximas ações”.

Leia Mais

Compartilhe:

Mais Notícias

Outras notícias:

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?

Entrar na sua conta