Flores da Cunha procura alternativas para melhorar o atendimento a crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, as demandas de terapias e diagnósticos pelo SUS do município são feitas no centro regional em Feliz, uma viagem de 68 quilômetros que é considerada estressante para os atendidos. A ideia é encontrar formas de viabilizar este serviço no próprio município, desta forma visitas são feitas a outras cidades em busca de exemplos práticos.
Na última sexta-feira (17), a comitiva florense visitou a Associação de Pais e Amigos do Autista de Farroupilha (Amafa). Esta é a segunda visita realizada: no início de setembro, o grupo conheceu a Escola Municipal dos Autistas (EMAU) Professora Olga Caetano Dias, em Passo Fundo.
— Estamos pensando em alternativas para atender esta demanda que tem crescido em Flores da Cunha. Queremos trazer este atendimento do Governo do Estado, pelo programa TeAcolhe, para o município, mas a conta ainda não fechou. Estamos nesse dilema se fazemos uma parceria com a APAE ou propomos a criação de um novo espaço para autistas em Flores — explica a presidente da Câmara de Vereadores, Silvana De Carli (PP).
Além da vereadora, a comitiva foi composta pelo prefeito César Ulian, a secretária de Educação Neide Sonda de Godoy, representantes da APAE, Darci Dani e Maria Branchini e representantes do Instituto Teamar, Filipe Luis Stanguerlin e André Scortegagna. Juntos, os florenses acompanharam os projetos terapêuticos, educacionais e de convivência promovidos pela Amafa.
— Essas visitas são importantes para conhecermos o tipo de processo e de serviço que já funciona em outros lugares. Aqui, em Flores da Cunha, a gente ainda não tem muitas opções de atendimento, estamos engatinhando no que diz respeito ao autista. Hoje a demanda é grande no município, temos que ajustar e dar um respaldo o mais breve possível, começar estes atendimentos o mais rápido possível. Estamos conhecendo para ter ideias do que pode ser feito, o que temos de possibilidades de desenvolver dentro do município e iremos iniciar alguma coisa — aponta o presidente do Teamar, Filipe Luis Stanguerlin.
Investimento previsto até 2028
A viabilização de um Centro de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Flores da Cunha está entre as propostas aprovadas na 8ª Conferência Municipal da Saúde, em junho. A secretária da Saúde, Jane Baggio, já declarou que este é “um dos pontos mais urgentes” a serem resolvidos na saúde municipal.
A construção de um “Centro para Crianças Autistas” também está prevista no Plano PluriAnual (PPA) com um aporte de R$ 800 mil previsto entre 2027 e 2028. A proposta foi elaborada pelo Executivo e aprovada pelos vereadores para guiar os investimentos municipais até 2029.
“Pensar ações que fortaleçam”
As agendas técnicas tem como objetivo conhecer diferentes estruturas e modelos de atendimento a pessoas com TEA que possam inspirar novas ações em Flores da Cunha.
— Em Farroupilha, encontramos uma realidade mais próxima da nossa, o que nos ajuda a visualizar possibilidades para Flores da Cunha. Estamos em constante diálogo com o grupo TeAmar, que também tem participado dessas visitas, pois entendemos que é essencial ouvir e construir junto com quem vive essa realidade diariamente. Buscamos trocar experiências com quem já desenvolve um trabalho consolidado e, a partir disso, pensar em ações que fortaleçam a inclusão e o acolhimento no nosso município — declara o prefeito César Ulian.
Sobre a visita a Amafa em Farroupilha, o presidente da APAE Flores da Cunha Darci Dani declara que foi apenas para conhecimento das ações.
— Estamos analisando como estes municípios estão atendendo as pessoas com autismo para ver o que podemos fazer no nosso município.
