Festival do Espumante da Casa Gazzaro, em Otávio Rocha, agradou os turistas que visitavam a vindima de Flores da Cunha. (Foto: Caiani Lopes)
Uma iniciativa simples, mas que ao mesmo tempo representa o avanço da oferta turística de Flores da Cunha. O inédito Festival de Espumantes da Casa Gazzaro agradou visitantes pela estrutura completa com música e gastronomia, além dos 10 rótulos disponíveis, que nem a chuva de verão da semana passada, no sábado (15), foi capaz de incomodar.
O casal de advogados cariocas, André e Michelle de Miranda, que visitou pela quinta vez a Serra gaúcha, enalteceu a grata surpresa que foi descobrir o festival. Como apreciadores de vinho, eles têm a região como um destino preferencial e são testemunhas da melhoria de opções de lazer nos últimos anos.
— Há uma evolução notória a cada vez que a gente vem. Antigamente, você tinha uma explicação, era mais uma conotação específica de cada vinícola e o que produzia. Agora, há uma gama de atividades mais interessantes. Desde passeio turístico dentro da vinícola, gastronomia harmonizada e uma diversidade de opções. Esse formato de festival é a primeira vez que encontramos e é muito bom porque nos dá a chance de aproveitar mais espumantes, em um ambiente com música, boa gastronomia e uma estrutura linda da vinícola — destaca André Schiesari De Miranda.
Para esta vindima, os advogados cariocas convenceram um casal de amigos para vir junto: o empresário Leonardo Maia e a dentista Ronise Amaral. O grupo visitou três vinícolas florenses antes de ir até o festival da Casa Gazzaro.
— Todas (as vinícolas) eram espetaculares, cada uma com seu estilo. A degustação, o ambiente, conhecer tudo que está por trás. Dá para ficar horas ouvindo sobre a história das famílias e a produção do vinho. Eu não era de tomar vinho nacional, mas vindo para cá descobri que os vinhos são maravilhosos. Já encomendei vários para levar de volta — elogia Maia.
O crescimento da vinda de turistas de outras regiões do Brasil anima quem trabalha com o turismo, contudo os visitantes gaúchos ainda são a maioria. No festival da Casa Gazzaro, cerca de 60% dos ingressos comprados foram do DDD 51, da Grande Porto Alegre. Era o caso de um trio de amigas, que já conhecia Flores da Cunha e descobriu o festival pelas redes sociais.
— Essa junção de mais atividades e cada vez mais estrutura, essa profissionalização dá uma tendência de ter cada vez mais movimento na região. O que acho importante é profissionalizar, crescer e trazer estas novas propostas, mas sem perder a essência. Não abandonar essa autenticidade que a cidade e a região tem. Não queremos uma coisa artificial, a ideia é justamente ter essas experiências do lugar mesmo — salienta a economista Lisiane Fonseca.
— Quando visitamos uma cidade menor é em busca dessas experiências mais exclusivas e acolhedoras. Nos sentimos muito bem recebidas e vemos a qualidade do que se faz aqui. Antes de chegar aqui (no festival), nós passamos numa granja produtora de morango e as próprias pessoas da família nos receberam. Esse tipo de experiência, mais intimista e acolhedora, a gente só tem nesse tipo de lugar — concorda a professora universitária Gisele Becker.
A vindima como atração
Convidado pelo casal de amigos, o empresário carioca Leonardo Maia se dizia encantado por conhecer Flores da Cunha. Uma das surpresas foi a própria vindima, com os parreirais cheios que proporcionam um visual característico da cultura.
— Temos aquela ideia que a melhor época para visitar a Serra é no inverno. Mas, esta época de colheita é maravilhosa. Tiramos várias fotos nas parreiras, cenários deslumbrantes.
Com uma tradição que remete a 1896, a Casa Gazzaro fica no coração do distrito de Otávio Rocha. Para visitar, seja vindo de Caxias do Sul ou Flores da Cunha, é preciso passar pela beleza típica do interior da Serra.
— A ideia do festival surgiu para fazer um brinde a esta safra espetacular de 2025, com uvas de excelente qualidade. Trazer o pessoal para brindar e enaltecer o espumante, que é um produto que se consolidou no mercado brasileiro. Colocamos 10 espumantes porque, às vezes, o pessoal que visita só toma os mais caraterísticos, não experimenta outros. O festival tem essa ideia do pessoal provar a variedade com a qualidade que nós temos — explica Vanderlei Gazzi, enólogo e sócio proprietário da Casa Gazzaro.
Essa qualidade que foi comprovada pelo carioca André de Miranda:
— Já fui em Bento Gonçalves e agora queríamos Flores da Cunha, esse terroir específico e suas histórias. O espumante brasileira não perde em nada para nenhum lugar do mundo. É qualidade técnica, envolvimento, tecnologia, tudo de igual para os lá de fora — exalta.
