Início » Escola Professor Targa lida com desafios estruturais enquanto aguarda reforma

Escola Professor Targa lida com desafios estruturais enquanto aguarda reforma

Chuvas, infiltrações e rachaduras afetam o prédio e forçam a comunidade escolar a improvisar para manter as aulas
(Foto: Klisman Oliveira)

Infiltrações, goteiras e fios expostos se tornaram rotina na Escola Estadual Professor Targa. Desde setembro de 2023, a comunidade escolar sofre os prejuízos causados pelas chuvas e vendavais, que se acumulam a cada nova intempérie. Atualmente, 40% da estrutura da escola está interditada. Quase dois anos depois, a tão prometida reforma ainda não saiu do papel. O novo prazo ficou para julho.

Salas de aula viraram abrigo improvisado contra a água que infiltra pelo telhado danificado. As rachaduras nas paredes e os computadores danificados evidenciam um cenário de descaso, que contrasta com a dedicação dos alunos e professores que, mesmo diante do abandono, seguem buscando formas de aprender e ensinar.

Atualmente, a escola atende cerca de 350 alunos, em muitos casos, em salas menores do que o ideal para acomodar confortavelmente todas as turmas. Apesar dos problemas estruturais, o ano letivo e o aprendizado segue em dia.
Estes contornos de drama começaram em setembro de 2023, quando um temporal atingiu o prédio, comprometendo, justamente, a estrutura mais recente da escola estadual.

— Os nossos problemas começaram em 18 de setembro de 2023, quando fomos atingidos por um vendaval que ergueu parte do telhado da escola, que nós chamamos de “a parte nova”, porque é o prédio que foi inaugurado em 2002. Neste dia acionamos a Defesa Civil e os Bombeiros que vieram nos auxiliar, porque o estrago foi bastante grande. Várias folhas de zinco se ergueram e se perderam com o vento e a chuva forte. As calhas também ficaram danificadas — relembra a diretora Andreia Pegoraro.

Com muitos espaços da escola afetados, foi necessário improvisar soluções.

— Além de várias áreas, a quadra também foi atingida. Nós já havíamos trocado as telhas recentemente, mas por causa da chuva de pedra e do vendaval, muitas foram perfuradas e arrancadas novamente. Sempre que chove, a quadra acaba alagando. Organizamos uma força-tarefa para fazer os reparos. Se tivéssemos deixado como estava, hoje a estrutura estaria completamente comprometida — avalia Andreia.

Mesmo com ações emergenciais, a chuva segue invadindo o interior da escola e causando danos ainda maiores. Locais que não apresentavam rachaduras agora dão sinais de comprometimento na estrutura.

— Temos uma grande parte da escola que está interditada porque não temos estrutura de calhas, então a água está vindo para o interior. Mesmo que tenhamos feito um trabalho de repor as telhas que foram levadas, para não piorar ainda mais, acaba que toda vez que chove ainda entra água na escola. As paredes estão com rachaduras devido à demora da reforma do telhado. Como não temos essa drenagem pluvial, acreditamos que esteja escorrendo para o subsolo do prédio — relata a diretora Andreia.

“Tapa-buracos com recursos próprios”

As rachaduras não param de surgir. O temor agora é a movimentação do solo causada pelo acúmulo de água.

— Estamos percebendo muitas rachaduras no prédio. Temos a impressão de que, como essa água está se acumulando no fundo do terreno, o solo está se movimentando. Toda vez que chove, surgem novas fissuras, e as que já existiam ficam ainda piores — comenta.

Sem apoio efetivo do Estado no primeiro momento após o temporal, a própria comunidade escolar se mobilizou para iniciar os reparos mais urgentes e, desde então, continua buscando soluções para algumas reformas pontuais.

— Como o terreno onde fica a escola é de aterro, temos receio de que a umidade acumulada esteja comprometendo a estrutura. Por isso, realizamos obras provisória com ajuda do Círculo de Pais e Mestres (CPM). Não houve nenhum investimento do Estado, nada mesmo. No começo, a gente fez esse “tapa-buracos” com recursos próprios — relata a vice-diretora Fernanda Ferrarini.

Enquanto a espera por soluções definitivas continua, a escola teve que improvisar salas no subsolo, um espaço que antes era planejado para jogos e leitura. O refeitório, que fica ao lado das salas improvisadas, também começou a apresentar rachaduras nas paredes. A cada semana, novos pontos de infiltração surgem, aumentando a preocupação dos pais e professores.

— Depois de algum tempo recebemos um recurso do Estado no valor de R$ 15 mil para construir duas salas provisórias no subsolo, onde antes funcionava um saguão com sala de jogos e espaço de leitura. Foi a forma que encontramos para abrigar duas turmas que ficaram sem sala de aula. Essas salas são bem arejadas, têm boa iluminação, quadro, TV, tudo o que é necessário. Mas, o espaço é pequeno. Acomoda cerca de 15 alunos com conforto, e nós temos mais de 20 nestas duas salas — descreve a diretora Andreia.

Leia Mais

Compartilhe:

Mais Notícias

Outras notícias:

plugins premium WordPress
Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?

Entrar na sua conta