Afinal, o que é ser santo? O próprio Frei Salvador, ao ter participado de um retiro, durante sua formação espiritual para tornar-se religioso, registrou em seu caderno de anotações: “Ser santo não é fazer milagres; é amar a Jesus de todo coração e entregar-se a Ele sem reservas; é crer firmemente em seu amor e fazer, só, unicamente e em tudo, a vontade de Deus”.
Certamente ele nem pretendia ou imaginava que um dia poderia ser venerado. Se perguntado, ele certamente diria que estaria à disposição da vontade de Deus.
Entretanto, para ser designado Santo pela Igreja Católica Apostólica Romana, é necessário submeter-se a um processo, em que deve haver a comprovação de uma vida de virtudes e/ou a realização de milagres. Para chegar lá, há uma longa trajetória.
O frei Vandrigo Zacchi, durante o tríduo em preparação para a Romaria ao Frei Salvador alertou a comunidade sobre o que precisa ser feito para alcançar a beatificação de Frei Salvador: é preciso mais oração e participação da comunidade.
Como auxiliar da Postulação do processo canônico de beatificação ou canonização de Frei Salvador, o frei Vandrigo explica que temos uma comunidade boa e prestativa, mas precisamos intensificar ainda mais a devoção ao Venerável Frei Salvador, primeiramente com a oração e depois com a divulgação de que o caminho de santidade como frade capuchinho se deu aqui em Flores da Cunha. Para ele, “quem não é visto, não é lembrado”, então, como comunidade florense precisamos falar mais do Venerável. Há o risco de o município de Casca, local onde nasceu o Frei Salvador, reivindicar para si, em função da naturalidade do venerado, como município sede do possível e futuro santo Frei Salvador.
Atualmente, existem mais de 130 processos canônicos de beatificação e canonização no Brasil. Somente na diocese de Caxias do Sul temos três causas em andamento: Beata Barbara Maix, Beato João Schiavo e Venerável Frei Salvador. Quem lidera o processo como Vice Postulador é o também florense frei Moacir Molon.
A Romaria ao Frei Salvador, que, inicialmente estava prevista para acontecer ontem (19), no dia de Corpus Christi, foi transferida para o domingo (22) por causa das chuvas. O frei Vandrigo explica: este ano as chuvas alteraram o dia, mas não o simbolismo religioso que é os tapetes serem feitos para o corpo de Cristo passar por cima, em uma alusão a entrada de Jesus em Jerusalém. Assim o ato religioso, seja na quinta ou no domingo, é um ato católico de expressar a fé publicamente.
