Expectativa de parte do varejo não foi atingida em novembro, mas apostas são altas para o Natal
Após a Black Friday, a atenção do comércio já está toda para a campanha de Natal, que é a data mais esperada pelo comércio florense. A união do 13º salário e a tradição de entrega de presentes são a fórmula do sucesso.
Luiza Ottoni Sogari, proprietária da Louise Semijoias, na rua Ernesto Alves, demonstra otimismo. Tanto que contratou uma pessoa a mais para a temporada de Natal.
— Dezembro é o melhor mês do ano para o comércio. Em alguns casos, é o mês que salva. Nós apostamos tudo. Apresentamos as melhores coleções, realmente enchemos a loja de mercadorias e preparamos uma faixa de preços bem grande para alcançar todos os públicos. O Natal do ano passado foi bom, mas espero que este ano seja ainda melhor. — projeta Luiza.
O presidente da CDL, Jasser Panizzon, concorda que o Natal é a principal temporada para o comércio local.
— O estabelecimento sabe que o consumidor vai ter mais poder de compra no final do ano. A expectativa é de um cenário otimista. Considerando que entre 30% e 50% dos recursos do 13º (salário) são dedicados a compras no comércio local — pontua Panizzon.
A CDL fez uma pesquisa com os associados para saber a expectativa de vendas e o resultado é de otimismo.
— Percebemos uma ansiedade das pessoas pela chegada do final do ano. Todo mundo se antecipou para decorar a casa e enfeitar o comércio. Isso também nos dá um pouco de ânimo, pois conseguimos vislumbrar que as pessoas devem investir mais em presentes e compras nesse final de ano — destaca Panizzon.
Entre os consumidores que já aproveitam o último mês do ano está a moradora do Travessão Paredes, em Nova Pádua, Zenilde Fátima de Souza Menegat, 59.
— Vim comprar uma geladeira e uma “poltrona do vovô”. É um presente para meu marido (Delci Menegat) descansar no domingo — conta Zenilda.
Quem também pretende presentear o marido é a moradora do Parque dos Pinheiros, Gilda da Silva, 54. Ela aproveitou a chegada do 13º para procurar uma garrafa térmica para o seu querido Erton Koch.
— Eu quebrei a térmica do meu marido. Vou levar para poder fazer o chimarrão. O Natal é a data mais importante para mim. E eu gosto de dar alguma coisinha de presente para os afilhados e para o filho. Vamos aproveitar para gastar o décimo (13º) — brinca Gilda.
Black Friday não teve adesão
A CDL de Flores da Cunha costuma fazer anualmente uma pesquisa de intenção com o varejo local, no que se refere as campanhas para fomentar vendas como é a Black Fridey. Para o presidente da entidade, Jasser Panizzon, o resultado da campanha na cidade, que teve como data o dia 29 de novembro, não acompanhou a adesão a nível nacional.
— No pós-Black Fridey, conseguimos perceber que alguns (comércios) ficaram dentro da média, ou seja, cumpriu as expectativas. Em alguns casos pontuais, a expectativa foi extrapolada, mas, na maior parte, ela não foi atingida. Analisando a nível de Pais e de Estado, através da Federação Varejista e da CNDL, nós percebemos um acréscimo. Foi um leve crescimento na adesão da Black Fridey — afirma Jasser.
Como a entidade costuma acompanhar de perto dos resultados das campanhas, Jasser acredita que algumas possibilidades devem ser levadas em consideração em função dos estabelecimentos que não atingiram suas metas.
— Ou as estratégias não foram assertivas em nossa cidade por parte desses que não atingiram as suas expectativas. Ou talvez a cidade ainda não tenha muito essa mentalidade da Black Fridey. Até porque sabemos que boa parte dos consumidores opta por comprar on-line. No presencial, nós temos mais uma venda personalizada, o que talvez não se aplique em uma cidade com a de Flores da Cunha. A expectativa global era superar a Black Fridey do ano passado — pontua.
O presidente da CDL avalia que de forma geral, houve uma estagnação. Não houve acréscimo nem decréscimo. Alguns setores tiveram um aumento pontual na procura, como o de eletrônicos. Isso demonstra que o cliente buscou verdadeiramente ofertas mais vantajosas, deixando para investir quando recebem o 13º salário.
Entre os objetivos do comércio com a campanha está o giro do estoque. Acelerar a venda de alguns produtos ajuda no incremento do faturamento no mês que antecede o Natal.
— Nós superamos a expectativa que tínhamos. Sempre trabalhamos com aumente de 10% nas vendas em comparação ao ano anterior. O desconto varia, mas a nossa estratégia é no parcelado. E os produtos mais procurados são a linha branca e os celulares — enfatiza Ivete Veronka, 38, gerente da Lojas Becker.
Já para Mariela Castellan da Silva, 52, vendedora da Benoit, o mês de novembro não foi muito bom, mas trouxe movimento para loja.
— A Black Fridey não foi tudo o que esperávamos. Mas deu uma boa movimentada na loja. O pessoal procurou preço e produtos de qualidade. E nós tínhamos bastante produtos, mas não produtos de valor maior, que pessoal procura televisor, lavadora — afirma Mariela.