Rosangela Pagno acompanhada do filho Vitório, de 10 anos (Foto: Karine Bergozza)
Muito além de comercializar frutas frescas e de qualidade, para a agricultora Rosangela Pagno, 46 anos, vender uvas na Praça da Bandeira é sinônimo de boas conversas e reencontros.
Há oito anos, a florense trabalha com o comércio de uvas no Centro de Flores da Cunha e revela gostar do que faz.
— Para ser sincera, esse encontro com o povo e o fato de depois de um ano a gente poder ver de novo a pessoa aqui e conversar, isso é ótimo! Esse reencontro faz a gente se motivar — empolga-se Rosangela, que estava acompanhada do filho Vitório, 10.
A agricultora explica que no primeiro ano quem vendia as uvas era seu irmão, Ricardo Pagno, e que a adesão da comunidade fez com que resolvessem dar sequência ao negócio.
— Teve um dia que meu irmão não conseguiu vir (vender as uvas na Praça) e ele pediu para eu ir no lugar. Fui e gostei. Depois, no ano seguinte, por causa da grande demanda de trabalho, a gente começou a dividir as tarefas e aí eu continuei vindo — explica Rosangela sobre como iniciou a atividade, acrescentando os principais desafios para conciliar as duas rotinas.
— Também é complicado porque a gente praticamente abandona a colônia e esse período de safra é de muito trabalho. Eu deveria estar lá colhendo uva, mas eu me dispus a estar aqui vendendo o meu produto e tentando agregar um pouco mais de valor.
A venda na principal praça da cidade faz parte da programação municipal e está disponível para todos os produtores, contudo costumeiramente somente Rosangela tem se cadastrado. A comercialização iniciou no dia 5 de fevereiro, quando variedades de uva de mesa ficaram prontas.
— Hoje eu tenho Niágara branca e rosa, Benitaka e Itália. Também tenho alguns pezinhos de Peverella, que é uma uva bem antiga e hoje em dia já não se encontra muito. Trago essa variedade porque têm pessoas que gostam muito dela, especialmente os mais antigos que querem resgatar essa lembrança. O sabor dela é um pouco mais azedinho, mas a casca é bem docinha — destaca.
Rosangela revela que o movimento está semelhante ao dos anos anteriores, com alguns dias mais movimentados e, outros, mais tranquilos. De forma geral, ela opina que Flores da Cunha e seus visitantes consomem bastante uva.
— A gente colhe do pé e traz direto para a praça para ser vendida, não colocamos na câmara fria. Por isso, gosto de trazer uma uva doce, de qualidade e fresquinha. Quando está madura, eu começo a trazer — detalha.
Preço e horário
A comercialização de uvas na Praça da Bandeira faz parte da programação “É Tempo de Vindima”. A comunidade pode adquirir a variedade Niágara pelo valor de R$ 7 ao kg, já as cultivares de mesa, Itália e Benitaka, custam R$ 12 ao kg. O horário de funcionamento do local é de segunda a sexta-feira, das 12h30min às 18h30min.