O passado é descrito por muitas pessoas da mesma forma, independente da região que residia por Flores da Cunha. A ida à igreja aos domingos, de tamanco, com o sapato nas mãos para usar após uma longa caminhada até o espaço de oração; o quadro preto que levavam para a escola para escrever e após apagavam; os castigos com vara de marmelo ou ajoelhados no milho.
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Para Nilo Doro, 75 anos, não foi diferente. Nascido na Fulina, o irmão mais novo da família passou por todas essas situações de jovem. Após, casou-se com Betariz Carraro e mudou-se para Nova Roma. Sempre ativo, sempre participou da comunidade, como fabriqueiro e bodegueiro por anos. Ele estava lá em um dos momentos mais importantes da comunidade: o asfalto. “Antigamente se estudava pouco. Estudei até a 4ª série na escola de Nova Roma, depois comecei a trabalhar no curtume”, conta Doro. Uma vida nada fácil, mas, segundo ele, melhor que agora. “Tenho três filhos. Lutei para trabalhar, levantava de madrugada e trabalhava no curtume. O trabalho era meio complicado, água quente, água fria, o cheiro”, relata e complementa: “aquele tempo seria quase melhor que hoje, podia comer o que tu queria, era mais simples, mais divertido”.
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Um dos filhos de Nilo, Osmar Doro, 45 anos, conta que sempre ajudou na comunidade visto o trabalho feito pelo seu pai. “Me envolvi desde pequeno, quando o pai era fabriqueiro. Ajudava nas festas, nos bailes”, relembra. Osmar também contribuiu com o resgate do grupo de jovens e do Grêmio Esportivo Rosário, que atualmente estão desativados. “O futebol de Nova Roma nunca teve tradição, mas eu participei dos únicos três títulos de juniores que Nova Roma conquistou: um como jogador, em 1994, e em 2005 e 2007 como dirigente”.
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Os dois, pai e filhos, estão vendo sua comunidade crescer. “Hoje em dia passo pelas ruas e não conheço mais ninguém”, afirma Nilo falando do crescimento da localidade. “Vemos um futuro crescente muito grande, principalmente na questão de loteamentos. Temos o loteamento do Zuppa, do Carraro, do Schiavenin, do Pelizzer, todos praticamente finalizados, com algumas escrituras pendentes. A prefeitura fez o Loteamento Popular. Um loteamento muito bonito é o do Salvador, de um padrão muito bacana, que já tem as primeiras casas agora sendo construídas. Além de diversos estudos de outros loteamentos, como os do Soldatelli”, relata Doro.
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Seu Nilo diz que as características da localidade estão mudando com o crescimento e aquela área rural de antigamente está se tornando um centro urbano. “Nós saiamos às 4h da madrugada para ir à missa, era escuro e éramos obrigados. Nós íamos com o lampião até clarear o dia, depois apagava e colocava em cima do barranco e pegava na volta. A missa era às 6h. Ia de tamanco e trocava o sapato onde tem hoje o Motoserra – antigamente tinha uma gruta”, conta Nilo, fazendo uma comparação de como é atualmente. “Mudou muita coisa”.
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“É bom o crescimento, mas com ele vêm todas as suas dificuldades, principalmente de infraestrutura”, declara Osmar Doro que ressalta que a comunidade está bem assistida. “O bom é que, qualquer coisa, estamos bem perto do Centro de Flores da Cunha, mas já caberia uma farmácia aqui na localidade, salas comerciais para outros comércios, entre outras coisas”, elenca Doro.
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Curiosidade
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Nova Roma era conhecida por ter disputa de corridas de cavalos aos domingos. “Era na rua, nos domingos eles fechavam a estrada e faziam as apostas. Tinha cavalos e mulas. Tinha três pistas, vinha muita gente”, conta Nilo.
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Quatro comunidades dedicadas à religião
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Nova Roma/Travesssão Diogo dos Santos
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No início, os imigrantes construíram uma igreja de madeira, onde colocaram a estátua de Nossa Senhora do Rosário, da qual eram devotos. A segunda igreja, de alvenaria, foi construída com a ajuda e colaboração de toda a comunidade, sendo inaugurada em 25 de setembro de 1955. Cinco anos após, foi construído o campanário de alvenaria.
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Santa Líbera/Travesssão Diogo dos Santos
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A imagem de Santa Líbera foi trazida à comunidade pelos primeiros imigrantes. A atual igreja foi inaugurada por volta de 1940.
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Monte Bérico /Travessão Riachuelo
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Os primeiros imigrantes italianos que chegaram na comunidade resolveram erguer um pequena capela no ano de 1880 em honra a Nossa Senhora de Monte Bérico, em cima de um morro, para manter a tradição de sua pátria, a Itália. Mas um grande temporal destruiu a igreja, que era de madeira. No seu lugar foi construída uma igreja de alvenaria, inaugurada em 3 de fevereiro de 1980.
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Fulina
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Os primeiros colonizadores que chegaram na localidade trouxeram a estátua de Nossa Senhora da Fulina, dando nome à localidade. Após algum tempo, construíram uma pequena igreja de madeira para guardar a imagem da santa e orar. No dia 29 de novembro de 1998, foi inaugurada a atual igreja.
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