André Luiz Pelizzer não esconde a felicidade em saber que a chegada do asfalto está próxima (Foto: Karine Bergozza)
Há duas décadas a comunidade de Serra Negra reivindica o asfalto, sonho que finalmente parece virar realidade. O fabriqueiro André Luiz Pelizzer, 35 anos, ressalta como essa melhoria é aguardada por todas as famílias da localidade.
— Como ainda é estrada de chão, tem bastante poeira. Como proprietário da Adega Don Antônio Vinhos Pelizzer, tenho dificuldade no escoamento dos vinhos e também na chegada do açúcar até a vinícola. Tem um morro ali e as carretas carregadas de açúcar não sobem. Essa também é a realidade de muitas vinícolas, mas agora, graças a Deus, está começando as obras do asfalto.
Pelizzer enfatiza que a pavimentação para Serra é uma promessa antiga, repetida a cada campanha eleitoral.
— Serra Negra só quer ser olhada como todas as outras localidades que já tem essa infraestrutura — ressalta.
O agricultor diz que a torcida é para que na próxima safra a estrada esteja concluída, afinal, por mais que a comunidade seja pequena (conta com 10 sócios), comporta sete vinícolas do município e essas melhorias são fundamentais para os negócios.
O asfalto é a prioridade número um, mas há outras melhorias necessárias também. Pelizzer gostaria de ver um parque para as crianças brincarem, como seus filhos, Luigi, 4, e Henrique, de apenas 30 dias. Um pátio com bloquetos em frente à Igreja, substituindo a grama, também é citado.
— A questão de iluminação não está ruim. Quando queima uma lâmpada a gente liga para a prefeitura e eles vêm fazer a substituição. Só precisaria trocar essa (lâmpada) aqui na frente da Igreja que está queimada há um bom tempo e parece que precisa de um outro tipo de caminhão (para a troca) porque o poste está mais para dentro da propriedade, perto dos parreirais.
Legado familiar
Atualmente a comunidade de Serra Negra promove uma festa por ano, sempre no fim do mês de maio, em honra à Nossa Senhora Caravaggio e São Liberal. Como fabriqueiro, a função de André e sua esposa, Daiane, é ajudar na organização e manter a estrutura da Igreja e do salão.

André Pelizzer atua como fabriqueiro há cerca de 10 anos. (Foto: Karine Bergozza)
— Até pensamos, depois da pandemia, em não fazer mais nenhuma festa, só manter a Igreja com as missas mensais que existem. Principalmente por causa da falta de mão de obra, já que precisamos das comunidades vizinhas ajudando nos dias de evento. Mas, eu não ia me sentir bem em passa
r aqui na frente (do salão) praticamente todos os dias e ver a estrutura caindo. Seria como se eu não fosse deixar nenhum legado para os meus filhos — opina o empresário.
A vontade de colaborar foi herdada dos pais, Ludovino e Assunta, que hoje ajudam na churrasqueira e na cozinha, respectivamente. A responsabilidade foi passada para André e seu primo, Rafael Pelizzer. A dupla também faz parte da Associação da Água da comunidade, dedicada a realizar consertos na rede que abastece 15 famílias, com água vinda de um poço artesiano.
— Quando estoura um cano a gente vai lá e arruma, daí é cobrado uma taxa até para termos um dinheiro em caixa para quando precisa fazer outras manutenções — explica.
Ouvir a comunidade de Flores da Cunha, conhecer os aspectos positivos de cada bairro e comunidade, saber o que está bom e quais as principais demandas da população. O caderno Bairros e Comunidades volta a circular com esta missão: aproximar o jornal dos munícipes. A publicação será sempre na última edição de cada mês, para tal, o município foi dividido em 11 regiões.
Na estreia, os moradores de Sete de Setembro, Serra Negra e Lagoa Bela contam sobre as vantagens de morar em áreas mais afastadas do Centro da cidade. Orgulho comunitário que também se reflete nas demandas e cada morador relata as principais melhorias de infraestrutura que as localidades poderiam receber.
Leia as outras matérias do caderno:
- Travessão Sete de Setembro se mobiliza para manter o prédio da escola em funcionamento
- Mãe e filha, contam como é morar em Sete de Setembro
- Empresária reivindica mais atenção dos órgãos públicos para Serra Negra
- A fé que move a comunidade de Lagoa Bela
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