Após a formalização do Coletivo Quitérias, a luta por equidade e justiça continua a se expandir. Em sua nova fase, o grupo se une à campanha nacional Maio Laranja, que busca chamar atenção para o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Com ações de conscientização e prevenção, o Coletivo intensifica seus esforços para enfrentar a violência infantil e oferecer suporte às vítimas.
A presidente do coletivo, Ana Paula Mattiolo Fontana, lembra que os índices de violência infantil no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, são alarmantes e que esse tipo de dado exige ações urgentes.
— Hoje, no Brasil, sabemos que esse é um assunto que precisa ser discutido. O Rio Grande do Sul é o sexto estado com o maior número de casos de violência contra crianças e adolescentes, e o quinto em violência contra mulheres — alerta.
Ana Paula reforça que o Coletivo também atua como ponto de apoio para quem não sabe como agir diante de situações de abuso.
— O coletivo existe para fazer a mobilização social para que as pessoas entendam e que os abusos não ocorram, mas, se ocorrerem, que as pessoas saibam o que fazer — enfatiza.
Valentina Correa Gaspar, que é diretora de campanhas do Coletivo, traz dados que expõem o quanto o problema está enraizado em ambientes familiares e o quanto ainda há silêncio em torno do tema.
— Cerca de 82% dos abusadores estão dentro de casa. Aproximadamente 62% dos casos de abuso no Brasil envolvem crianças com menos de 13 anos, e apenas 10% dessas ocorrências são denunciadas. Quase todas as pessoas que me procuram relatando ter sofrido abuso afirmam que não denunciaram o agressor — alerta.
Diante desse cenário preocupante, o Coletivo Quitérias tem intensificado suas ações de conscientização e prevenção, buscando alcançar cada vez mais pessoas com informações acessíveis e orientações claras sobre como identificar e enfrentar situações de abuso.
— A gente pretende fazer uma panfletagem agora no mês de maio, distribuindo cartazes nos banheiros públicos com contatos dos órgãos públicos. Existe um sinal universal quando uma mulher está sofrendo violência doméstica e estaremos direcionando no nosso material de como pedir ajuda — salienta a presidente do Coletivo.
A adesão ao Maio Laranja reforça o compromisso do Coletivo Quitérias com a escuta, o acolhimento e a formação de redes que protejam a infância — um dos pilares centrais da luta por uma sociedade mais justa.
Porque, como elas mesmas dizem, juntas são multidão.