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Uma centena de florenses são esperados para doar sangue

Mobilização no Salão Paroquial procura, principalmente, por doadores dos tipos O- e O+, que estão em níveis críticos na região
(Foto: Klisman Oliveira)

Solidariedade não precisa de hora marcada, mas, quando organizada em mutirão, pode alcançar ainda mais pessoas. É com esse espírito que Flores da Cunha realiza, nesta terça-feira (8), mais uma campanha de doação de sangue. A ação, promovida pelo Banco de Sangue de Caxias do Sul (Grupo Pulsa RS), em parceria com a Prefeitura, o Instituto Flores do Bem e a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, ocorre durante todo o dia no Salão Paroquial.

Com expectativa de receber mais de 100 doadores, a mobilização ganha força justamente em um período delicado para os estoques. O inverno costuma ser um desafio extra para manter os níveis adequados de sangue nos hospitais.

(Foto: Klisman Oliveira)

— O inverno sempre acaba sendo um período mais baixo de estoques em função das gripes, e não podemos aceitar doação se o doador estiver muito gripado, com febre ou coriza. Outro problema do inverno é o transtorno para o doador se deslocar de casa até o local de coleta. As chuvas e o mau tempo são fatores determinantes — explica a enfermeira Rosimeri Freitas de Lima, do Grupo Pulsa.

Segundo ela, os tipos O- e O+ estão entre os mais críticos.

— Temos um baixo estoque do O-, que é um tipo sanguíneo universal. O O+ também é uma demanda muito grande que temos nos hospitais. Estes dois estão sempre em falta. A+ também estamos precisando bastante. Temos agendadas cerca de 90 pessoas, mas esperamos mais algumas sem agendamento. Estamos aceitando doações — completa.

“Doar é a ideia de que você pode dar o que tem de sobra”

Entre os participantes da campanha, não faltam motivos para transformar a doação em hábito. A religiosa Priscila Gama de Lara (49), fala sobre o compromisso que carrega há quase três décadas.

— Eu já doo sangue há muitos anos, desde quando eu tinha 20 anos, ou seja, há aproximadamente 29 anos. Doar é a ideia de que você pode dar o que você tem de sobra, o que você recebe de graça e pode passar para frente.

Mesmo com pausas pontuais, ela segue comprometida com a causa.

— Já fiquei alguns períodos sem doar porque fiz uma cirurgia no ano passado, mas fora isso nunca foi um impedimento. É gratificante poder dividir com os nossos irmãos aquilo que nós temos e que, de fato, para algumas pessoas a doação é essencial e pode salvar vidas. Geralmente eu vou no banco de Caxias doar, mas quando tem a oportunidade de doar aqui em Flores é melhor — ressalta Priscila.

“Foi um gesto nobre de solidariedade”

A gerente de produção Rita Cássia Riboli da Fontoura (42) também já perdeu as contas de quantas vezes participou. Mais do que rotina, para ela, doar carrega uma lembrança inesquecível.

— Todos os anos que tem ação aqui no Salão Paroquial eu doo sangue. Em algumas oportunidades já fui para Caxias e também Porto Alegre.

Em 2018, a urgência foi pessoal, seu pai aguardava um transplante de fígado e poderia precisar de muitas bolsas de sangue. A resposta da comunidade florense foi imediata.

— Naquele momento eu fiz uma mobilização aqui em Flores juntamente com a Prefeitura. Eles nos cederam um micro e fomos para Porto Alegre com mais de 20 pessoas para doar. No fim das contas, meu pai não precisou, mas o pessoal da Santa Casa de Porto Alegre ficou muito feliz e surpreso com a quantidade de pessoas que foram fazer a doação sem mesmo saber se seria necessário. Foi um gesto nobre de solidariedade do povo de Flores da Cunha — recorda.

Desde então, ela nunca mais deixou de participar.

— Todo ano eu tomo como base isso que eu passei com meu pai e venho doar. Se tem algum conhecido a gente doa para ele, se não, doamos para quem precisa. É algo muito simples e rápido.

“Fazer o bem para as pessoas é algo gratificante”

Apesar de algumas reações físicas após a doação, Rita garante que a experiência compensa.

— Se as pessoas não vêm doar por medo, por achar que dói, eu afirmo que não dói. Quase todas as vezes eu fico um pouco tonta, mas o sentimento de estar fazendo o bem, sem sequer conhecer a pessoa que irá receber o sangue, é compensador, é algo imensurável. Fazer o bem para as pessoas é algo gratificante — conclui.

A doação é um gesto simples que pode salvar vidas. Para participar, é preciso estar em boas condições de saúde, pesar mais de 50 quilos e apresentar documento oficial com foto. Também é necessário não estar em jejum. Algumas situações impedem a doação temporariamente, como ter feito tatuagem ou piercing nos últimos 12 meses, estar gripado ou ter passado por procedimentos como endoscopia recentemente. A campanha segue até às 17h no Salão Paroquial. Em caso de dúvidas, é possível entrar em contato pelos telefones (54) 99241-7564 ou (54) 3028-8010.

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