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Aumento nas contas de água gera preocupação e dúvidas entre consumidores

Faturas que chegam mais caras, cobranças indevidas e falta de transparência têm preocupado moradores
(Foto: Karine Bergozza)

Nesta crise da falta de água dos últimos meses, os moradores de Flores da Cunha também reclamam dos preços elevados que vieram das contas de luz. Em alguns casos, o aumento chega a 400%. Na audiência pública da semana passada, a Corsan/Aegea admitiu ter detectado uma elevação dos valores em 20% dos clientes florenses — ou seja, uma em cada cinco contas.

Uma das moradoras que reclama é Yasmin Rosa, 26 anos, que trabalha como caixa de loja. Ela viu a sua fatura dobrar de valor de um mês para o outro.

— Estou sem saber o que fazer ainda. Sempre veio valor de R$ 280 e R$ 300, e a do mês passado chegou a mais de R$ 800. Nunca tinha chegado a esse valor — desabafa.

Yasmin que mora no Loteamento Pollo conta que a fatura mais alta que já tinha recebido era de aproximadamente R$ 500. Ela buscou respostas pelo atendimento da Corsan/Aegea, mas demonstra a mesma revolta com os canais digitais que foi compartilhada pela comunidade na Câmara de Vereadores.

— Só falam que deve ter um vazamento (na casa), mas se tivesse tudo isso de vazamento certamente teríamos que ver, não? Não tem nada molhado — reclama a moradora, que relata que nenhuma visita técnica foi agendada.

Em nota oficial, a Corsan/Aegea reforça a orientação para que os clientes que tenham percebido um aumento anormal em sua fatura verifiquem se há um possível vazamento interno que possa estar interferindo no valor.

— Muitas vezes, uma torneira gotejando ou uma válvula de descarga desregulada no vaso podem ocasionar perdas de água — respondeu a instituição em nota.

A situação gera apreensão, já que as altas faturas podem comprometer o orçamento das famílias. A situação revolta ainda mais aqueles que sofreram com a falta de abastecimento nos últimos dois meses, como é o caso do supervisor Nelso Giachelin, 65, do bairro São José.

— Minha conta veio R$ 280 em janeiro, então pagamos por algo que não tivemos (diante da falta de água)! São R$ 120 a mais (que o normal). Isso sem falar dos outros problemas que tive, como a máquina de lavar que queimou (faltou água durante a lavagem) e o chuveiro que literalmente estourou e partiu ao meio pela pressão com que a água veio — detalha Giachelin, que afirma que irá entrar em contato com a concessionária para ser ressarcido, mas desde já sente falta de transparência e avalia os canais de comunicação como “péssimos”.

 

4 mil litros em um dia

Nas redes sociais, moradores de diversas bairros relatam enfrentar problemas semelhantes, com faturas acima do esperado e cobrança de serviços que supostamente não correspondem ao que é efetivamente utilizado. Carolina Caetano, 35, do Videiras explica que a conta de água dela geralmente fechava em torno de RS 120 e depois passou para aproximadamente R$ 250.

— Comecei a tirar foto do hidrômetro. De um dia para outro teve um consumo de 4m³, o que seria equivalente a 4 mil litros de água. Se eu tivesse algum vazamento, nessa proporção, seria visível. Até porque a maior parte da tubulação da minha casa é exposta. Desde então eu deixo meu hidrômetro fechado e mesmo assim está tendo um consumo de 1 mil litros por dia — exclama Carolina, que também relata ter aberto um protocolo para trocar o hidrômetro que está com os ponteiros danificados, mas ainda não teve resposta.

Na audiência pública realizada no dia 12 de março, a Corsan/Aegea admitiu que cerca de 20% da população teve aumento nas contas de água nos últimos dois meses e orientou os consumidores a buscarem atendimento para verificar e resolver o problema.

Em nota, a Corsan/Aegea também considera que um reajuste tarifário de 6,46% foi realizado em janeiro deste ano e pode ter impactado as faturas, além do aumento no consumo de água natural diante das altas temperaturas recentes.

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