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Audiência pública teve quatro horas de cobranças à Corsan/Aegea

Concessionária admitiu urgência em cinco bairros de Flores da Cunha

(Foto Leonardo Lopes)

Foram quatro horas de audiência pública com a Corsan/Aegea na Câmara de Vereadores. E, na maior parte do tempo, quem utilizou a tribuna foi a população. Foram cidadãos florenses que desabafaram, cobraram e fizeram um apelo: Flores da Cunha não aguenta mais ficar sem água.

Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa e cada uma delas representava outras dezenas. Eram pais, vizinhos e líderes de bairros que trouxeram relatos fortes de como a falta de água constante está prejudicando suas vidas nos últimos dois meses.

Além das interrupções rotineiras no abastecimento, outro ponto bastante reclamado foi os canais de atendimentos da Corsan/Aegea.

Os relatos foram que as ferramentas por telefone não funcionam, as denúncias e reclamações não ficam registradas e que o horário da sede presencial é incompatível.

A Corsan/Aegea foi representada pelo responsável pelas Relações Institucionais, Cesar Faccioli, e o gerente-executivo regional, Vitor Romani. Eles admitiram que enfrentam dificuldades com o número de vazamentos — hoje, são 21 localizados —, mas demonstraram certa surpresa com a gravidade da situação local.

— Se eu pegasse o histórico de reclamação de falta de água em Flores da Cunha no meu sistema, é ridículo de baixo. Mas, pelas conversas com o (prefeito) César (Ulian) e com os vereadores, percebemos que temos um problema que não conseguimos identificar a crise em Flores da Cunha. Esta audiência pública evidencia que temos um problema grave (de falta de água), só que por um problema de canal digital (de atendimento), que não está funcionando, eu não conseguia evidenciar isso — avaliou Romani.

Por que falta água?

Além da normalização do abastecimento, a comunidade queria uma resposta: por que virou rotina faltar água em bairros que historicamente tinham bom atendimento? O que mudou?

A resposta da Corsan/Aegea é que os vazamentos que se multiplicam. O desperdício de água esvazia os reservatórios. Mas, mesmo quando as caixas d’água estão cheias, a água não chega nas residências porque se perde neste caminho.

Além disso, para consertar é preciso fechar o sistema — o que também causa falta de água nas moradias. Quando o reparo é feito, a água volta a correr pelos canos e causa um novo vazamento. Hoje, a Corsan/Aegea tem mapeado 21 rompimentos para serem consertados nos próximos 15 dias, contudo Romani admite que há outros vazamentos que ainda não foram localizados.

Este ciclo de conserta e rompe de novo se repete desde janeiro, o que leva a segunda pergunta: por que tantos vazamentos? A Corsan/Aegea afirma que o problema é o aumento da pressão. Isso ocorreu numa tentativa de melhorar o sistema e a levar água à localidades mais distantes, que até então não recebiam água encanada.

— O problema é a pressão alta que está causando rompimentos. O que fizemos foram melhorias operacionais para colocar água nos bairros onde não tinha água. Com mais bombas para chegar a água lá na ponta, aumentou a pressão nos bairros mais próximos e estão causando os vazamentos. O que estou fazendo é colocar (dispositivos) redutores de pressão e iremos colocar esta bomba mais para frente para não ter mais estes vazamentos localizados. Atendemos locais críticos nas pontas nas redes, mas aumentou a pressão no Centro e bairros próximos. A melhoria para uns, se tornou transtorno para outros. Estamos regulando e ajustando o sistema para abastecer todo mundo.

Crise em cinco bairros

A Corsan/Aegea admite que a situação é crítica em cinco bairros: São José, União, Centro, Monte Belo e Videiras. Na audiência pública, a revolta era maior pelos representantes do União e São José, que citaram casos de até três dias sem abastecimento.

— O bairro União está crítico. Tem diversos vazamentos lá, já localizamos alguns que estamos fazendo as tratativas. Hoje estamos com equipes procurando outros vazamentos. Estamos trabalhando para resolver o mais rápido possível — respondeu Romani.

O gerente regional afirmou que os consertos são urgentes e estão sendo feitos, mas admitiu que não estão dando resultados diante dos novos rompimentos. Hoje, a Corsan/Aegea possui seis funcionários para fazer manutenção de rede. Uma força-tarefa é realizada no município até o final de março e equipes de outras cidades podem ser deslocadas.

20% de cobranças elevadas

A audiência pública teve quatro horas, sendo encerrada às 23h15min de quarta-feira (12). Além do abastecimento, diversas outras reclamações apontaram problemas do serviço na cidade. Um dos principais é o atendimento.

Com base nos relatos, os representantes da Corsan/Aegea admitiram que os protocolos pelo site, pelo WhatsApp — (51) 99704-6644 — e pelo telefone 0800 646 6444 não estão funcionando como deveriam. Os cidadãos exigem que tenha um atendimento presencial, como ocorria anos atrás.

Foram diversas reclamações sobre a sede da Rua Frei Eugênio só funcionar das 8h30min às 16h30min e ainda ter intervalo de almoço, o que impede os trabalhadores de conseguirem um atendimento.

— Está entendido, precisamos mudar este horário de atendimento — concedeu Romani.

20% com preços altos

A Corsan/Aegea também admitiu cobranças em excesso em contas recentes e que devem ser reclamadas.

— Fizemos uma análise e 20% da população teve aumento de valores nos últimos dois meses. Orientamos a buscar este atendimento para conferir e resolver esta situação — declarou Romani.

O gerente também citou uma cobrança indevida de 2ª via.

— Se não tem leiturista será isento (os R$ 7 que eram cobrados). Identificamos esta falha no sistema via Correios e cancelamos nosso contrato com Correios. Quem teve cobrado, deve entrar em contato e este valor será devolvido.

Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa (Fotos Leonardo Lopes)
Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa
Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa
Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa
Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa
Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa
Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa
Mais de 74 pessoas lotaram a Casa Legislativa.

 

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