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Em um mundo dominado pela discussão e pelas guerras, há sempre algo que se sobressai. Essa incógnita não é definida pela melodia ou pelo seu gênero, na verdade, é mais profundo e pessoal: as pessoas esquecem dos acontecimentos mundanos que circulam os continentes quando colocam os fones ou ligam as caixas de som no volume mais alto e começam a dançar ou a cantar até acordar os vizinhos. Estou falando da adorada ou da menosprezada situação musical de nosso país.
É fácil ignorar o papel das vozes, das cordas, do sopro, da percussão e da harmonia, mas é isso que forma a sociedade: as vozes das pessoas, as ruas que atravessam as cidades como as cordas atravessam o violão, o sopro do ar em nossas narinas e os nossos passos apressados batendo no chão. A música está presente nas madeiras, nas pedras e no vento que uiva na madrugada silenciosa… presente em nossos pensamentos diários, nas canções de ninar que sempre nos mantiveram atentos aos perigos da noite. Tudo é um imenso musical que passa despercebido e é esquecido em nossas rotinas apressadas.
Queria dizer que a música não é por si só uma amiga, mas o porto seguro que todos precisam diante das diversas confusões humanas que criamos. Se você está triste, você pode se alegrar com uma melodia contagiante ou deixar ser abraçado pelo ritmo melancólico. Se você está querendo descansar, é só pesquisar o barulho da chuva ou da correnteza de um rio. São tantas combinações possíveis que aposto que ninguém possui o mesmo gosto musical.
Sim, são oito bilhões de pessoas nesse balão azul, mas a probabilidade de existir duas pessoas que compartilhem os mesmos artistas na retrospectiva do Spotify é quase nula – não sou nenhum matemático para confirmar, mas acreditem, não se deixem levar pelas críticas que fazem diante do que você escuta. Afinal, se fôssemos para sermos iguais em todos os quesitos, nada funcionaria… não estou certo? Ouvir que existem diferenças é música para os meus ouvidos!
No fim, podemos navegar em um universo alternativo onde o rock viaja de mãos dadas com o indie ou o pop com o samba, o que importa é o poder que as ondas sonoras têm sobre a humanidade. O poder de acalmar, de abalar, de comunicar e de transformar o que um dia já esteve destruído. Talvez a música seja uma das saídas para a paz mundial… ou talvez eu esteja sonhando demais e deixando minha mente ser levada pelo ritmo ditado pelas batidas do meu coração, mas se o coração diz, quem sou eu para discordar?