Equipe da Turistur visitou Flores da Cunha com o intuito de montar um produto para todo o Brasil
Flores da Cunha está entre os principais projetos para os próximos anos da Turistur, agência com mais de três décadas de atuação em Gramado. Uma comitiva da empresa visitou a Terra do Galo para desenvolver um novo produto turístico. E o menarosto foi um dos pontos centrais dessa conversa.
O interesse em Flores da Cunha não é recente, mas ganhou um reforço. A Turistur se tornou o receptivo oficial da CVC Corp em Caxias do Sul. A ideia é agregar o produto florense a esta nova oferta.
Na semana passada, a diretora de vendas Julia Stürmer Sfreddo e a executiva de contas Fernanda Meinerz foram recebidas pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Tiago Mignoni. Elas visitaram as rotas turísticas e subiram no Campanário. Durante a pausa do almoço no restaurante Dona Dina, Fernanda conversou com a reportagem do jornal O Florense e destacou como a autenticidade do município e de seus empreendimentos é o grande trunfo para atrair e cativar cada vez mais visitantes.
O Florense: Qual o intuito da visita?
Julia Stürmer Sfreddo: Viemos a convite do (secretário) Tiago (Mignoni) para conhecer algumas opções de produtos turísticos. Temos muita afinidade com Flores e vemos muito potencial turístico. No atendimento, são todos muito acolhedores, o produto de vocês é incrível e queremos explorar. Conheci o Tiago no Festival de Turismo, em Gramado, e mantemos conversas buscando opções, projetos e roteiros.
Qual é esse potencial de Flores da Cunha?
Flores da Cunha quer muito turista. Isso é o principal. As pessoas do destino quererem o turismo. Gramado, que é nossa especialidade e exemplo, vive do turismo. Gramado gosta de acolher e receber o turista. Percebemos essa mesma vontade no pessoal de Flores da Cunha. Os produtos turísticos já são muito bem estruturados e mesmo os que ainda não recebem, querem receber (o turista). Esse brilho no olho de mostrar o seu produto foi o que nos atraiu para Flores.
Qual o projeto da Turistur com o município?
Uma das novidades que a gente traz para facilitar esse projeto é que a Turistur está assumindo esse ano o receptivo oficial da CVC Corp em Caxias do Sul. Essa parceria de Turistur com o CVC já tem 30 anos (em Gramado) e agora seremos a porta de entrada da CVC em Caxias, e sabemos dessa proximidade com Flores da Cunha. Caxias é um turismo mais de indústria, corporativo. Esse é o nosso nicho com Flores, trazer o turismo de lazer para Flores e mostrar para o pessoal o que é beber um vinho bom, ser atendido com acolhimento, com carinho, com esse brilho no olho e um sorriso no rosto, e aproveitar tudo o que Flores oferece.
Flores recebe muito turismo regional, mas como conquistar esse público mais distante?
Todo mundo começa com o turismo regional primeiro. Ainda mais hoje em dia, com as redes sociais e tudo mais, que o pessoal posta e cria essa mídia orgânica, que se espalha e cada vez mais pessoas descobrem. Existem vários tipos de público e Flores é capaz de atender vários tipos de demanda. O Tiago nos levou para subir o Campanário e estamos pensando sobre, talvez, explorar um pouco este turismo religioso que está crescendo.
Flores deve continuar com foco na uva e no vinho ou deve abrir um leque maior de opções, como Gramado fez?
Acredito que o brilho de Flores é a autenticidade. Quem já conhece Gramado começa a achar que é muito temático e perdeu um pouco da autenticidade. Isso é um ponto forte de Flores. Então, tem que ter a uva e o vinho; e tem que ter a família atendendo. O pessoal tem que ver isso, essa coisa mais natural. Tu vê que o sorriso de vocês tem um brilho natural, essa vontade de vocês é natural. Gramado, com os parques, pega muito esse público de crianças. Talvez para Flores, seja um público de casais, de pessoas que procuram a autenticidade (da região que visitam); que vem pro interior procurar experiências de interior. Esse ponto é o mais importante e vejo muito aqui: a questão da experiência. É o custo-benefício. A pessoa não lembra pelo custo das coisas, mas pelo quanto ela aproveitou, o quanto de memória ela vai levar para casa; da história, que ela sentou e conversou com o enólogo, a história daquela vinícola que é da família dele, que começou com o avô, aquele brilho natural. Ela vai levar uma garrafa para casa e, quando receber convidados, vai puxar essa garrafa, lembrar e contar de quando comprou e o enólogo “contou isso e aquilo”. Então, te traz muito mais memórias quando é uma experiência autêntica. As pessoas procuram muito isso no turismo. Questões mais significativas do que só coisas, lembranças reais.
O Menarosto é um potencial turístico da cidade a ser desbravado?
Acredito sim, inclusive um dos nossos projetos é o menarosto. A Fernanda (Meinerz, executiva de contas da Turistur), em sua pós-graduação, precisou fazer uma proposta de patrimônio cultural da Unesco e escolheu fazer sobre o menarosto. Um dos objetivos da nossa passagem aqui é estudar, analisar e ver como podemos transformar o menarosto em um produto turístico e divulgar a nível Brasil. Se falar fora da região italiana, muita gente não conhece. É um prato típico, que tem todo um apelo emocional e é muito desta autenticidade de Flores da Cunha, e isso vende no mercado turístico. As pessoas querem experiências, mas aquelas reais, em que se sintam vivendo (a região/cultura visitada), e não só aquilo que foi montado e pensando no turista. Quem vai a Gramado, uma noite irá reservar para comer o fondue. Em Bento Gonçalves, será o galeto. O turismo busca essa comida típica e Flores tem o menorosto que, além de típico, é diferente e visualmente bonito. Falamos em atrativo turístico, mas o turismo hoje é um pacote. Esse produto tem que anexar tudo o que Flores tem, este é o desafio, oferecer essa experiência. Flores tem muita variedade e autenticidade. O turista vai vir pelo atrativo de uma vinícola, mas também irá querer experimentar o menarosto, visitar a região e conhecer suas experiências. O mais difícil é atrair o cliente (para o município); depois que está aqui dentro é fácil, ele irá conhecer e visitar outras opções, vai ocupar o dia inteiro por Flores e, no final, irá ver que faltou coisa para ver. Isso é ótimo, porque será o motivo para ele voltar. Quanto mais oferta, melhor.