A pintura “Memórias Cibernéticas” foi exposta no Salão Internacional de Arte de Bruxelas
A arte florense é capaz de conquistar o mundo e a prova mais recente dessa afirmação é a artista Ritamar De Venz Francescatto, que expôs sua obra no Salão Internacional de Arte de Bruxelas, capital da Bélgica, considerado um dos eventos mais prestigiados do circuito artístico mundial. Ela levou sua obra “Memórias Cibernéticas”, que reflete sobre a coexistência entre o ancestral e o futuro, destacando a importância da preservação cultural em tempos de avanços tecnológicos.
Ritamar faz parte do coletivo de artistas da UP Time Gallery, uma galeria itinerante de São Paulo especializada em Arte Contemporânea, que promove exposições nacionais e leva a arte brasileira para o exterior. A galeria esteve presente no evento com o objetivo de divulgar a arte nacional em plataformas globais, apresentando o tema “Cultura Indígena e Modernidade”, promovendo um diálogo entre tradições culturais e questões contemporâneas. A exposição ocorreu de 22 a 24 de novembro.
Além de Bruxelas, a florense e outros artistas brasileiros participam de um circuito europeu, com exposições nas principais feiras de arte, como o Carrousel du Louvre, em Paris, e no Museu Marítimo, em Barcelona.
— Já integro o seleto grupo de artistas da UP Time Art Gallery e, nos últimos quatro anos, estamos participando deste circuito europeu, marcando presença nas principais feiras de arte. Ter a oportunidade de levar minha arte para outros países é uma experiência profundamente enriquecedora, não apenas para meu crescimento pessoal e artístico, mas também pela forma como meu trabalho vem contribuindo para a sociedade e promovendo diálogos culturais significativos — opina Ritamar.
A pintura “Memórias Cibernéticas” retrata uma androide indígena da tribo Pataxó. Segundo a autora, a obra teve grande destaque devido à importância da preservação das tradições nas diversas culturas, ao mesmo tempo em que aborda o futuro e a tecnologia:
— Minha intenção foi criar um diálogo entre o passado e o futuro, mostrando que a sabedoria ancestral indígena não só permanece relevante, mas também pode oferecer respostas para os desafios de um mundo cada vez mais tecnológico. A obra busca romper a ideia de que tradição e inovação são opostos, evidenciando que a conexão com nossas raízes é fundamental para construirmos um futuro mais equilibrado e sustentável.
O processo criativo de Ritamar envolveu uma imersão profunda em pesquisa, com foco na tribo Pataxó. Ela explorou tanto as raízes históricas quanto as dinâmicas contemporâneas, buscando integrar materiais e técnicas que evocam o passado, como os símbolos indígenas , ao mesmo tempo em que insere elementos digitais e futuristas, com referências ao ciberespaço, criando uma ponte entre esses dois mundos.
— Acredito que o público europeu pode aprender com a arte indígena brasileira a importância da conexão com a natureza, da preservação de tradições e da valorização do coletivo. Muitas vezes, no mundo ocidental, a sociedade está centrada no individualismo e no consumo, e a arte indígena nos ensina a enxergar a vida de maneira mais holística, respeitando os ciclos naturais e entendendo a nossa interdependência com o meio ambiente. Além disso, ao apresentar a arte indígena, tento destacar a riqueza cultural e a sabedoria ancestral que, apesar de ser milenar, continua extremamente relevante e necessária nos dias de hoje. A obra indígena transmite um poder de resistência e resiliência que é universal, e pode inspirar o público europeu a refletir sobre suas próprias relações com a terra, com a sociedade e com o futuro — manifesta.