Nícolas Pan Colloda, de 17 anos, é um dos sete estudantes gaúchos selecionados para a etapa nacional da competição científica, sendo o único a representar Flores da Cunha
Mais um prodígio da educação de Flores da Cunha ganha destaque estadual. Nícolas Pan Colloda, 17 anos, fará parte da delegação gaúcha que participará da etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), no Rio de Janeiro. O florense disputará uma vaga na equipe brasileira que participará na International Olympiad of Astronomy and Astrophysics (XVIII IOAA), na Índia, e na 17ª Olimpíada Latinoamericana de Astronomia e Astronáutica (XVII OLAA).
A OBA é uma competição científica nacional destinada a estudantes de escolas públicas e privadas do Brasil, com o objetivo de incentivar o interesse pela astronomia e pela astronáutica. Ela oferece desafios de conhecimentos e resolução de problemas nas áreas de ciências exatas e naturais, promovendo a educação e o despertar da curiosidade científica. Participam alunos do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.
A etapa nacional será o terceiro momento das Olimpíadas. Primeiro, Nícolas respondeu a uma prova objetiva com 10 questões, onde conquistou uma nota de 9,6 e foi premiado com uma medalha de ouro (foto abaixo). A segunda fase, uma etapa online, os participantes enfrentaram três provas, cujo conteúdo foi mais desafiador.
— Como sempre tive interesse em matemática e física, e estudá-las é como um hobby, a preparação para a OBA não foi tão intensa, tendo apenas que reforçar os estudos referentes à astronomia. Contudo, para a fase online, como o conteúdo é mais avançado, tive que estudar por meio de materiais disponíveis na internet, em especial em sites cujos participantes já haviam feito provas anteriores — conta Nícolas.
O Rio Grande do Sul teve sete estudantes selecionados para a terceira fase, sendo Nícolas o único representante da Terra do Galo. Ele irá disputar a etapa nacional com mais de 443 alunos de todo o Brasil. Serão duas provas descritivas e uma observacional, realizadas presencialmente entre os dias 10 e 13 de março.
Sobre o interesse nas áreas de astronomia e astronáutica, o estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Interativa relata que seu foco sempre foi na área de cálculo, por isso a aproximação com a astronáutica:
— Tive mais dificuldade nas provas online, onde o foco maior era a astronomia nas duas primeiras avaliações, mas atualmente posso falar que desenvolvi um interesse maior por astronomia, em especial pela parte observacional, que será muito cobrada nas fases presenciais — comenta.
A primeira Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica ocorreu em 1998. Desde então, é realizada anualmente para valorizar a educação nestas áreas. Junto ao evento costuma ocorrer a Mostra Brasileira de Foguetes.
Na disputa para compor a equipe brasileira na Índia
O incentivo para participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica veio do professor Diego Peres, responsável pelas aulas de Matemática e Física na Escola Interativa. Ao perceber o interesse de Nícolas pelas Ciências Exatas, especialmente pela Física, o professor recomendou a realização da prova da OBA. Iniciativa que contou com o apoio de familiares e amigos.
— É uma sensação de extremo orgulho ter um aluno como o Nícolas e poder contemplar as conquistas que ele vem alcançando desde o Fundamental e que vão se escalonando cada vez mais, chegando agora nesse nível nacional. Ele irá disputar com outros 443 alunos, de todo o Brasil. Isso demonstra a força do ensino que nós podemos ter aqui na nossa cidade. Um aluno de Flores da Cunha, do Rio Grande do Sul, uma cidade não muito grande, estará disputando com outros alunos, que provavelmente estão em grandes centros, para representar o Brasil em uma olimpíada internacional de ciência. É algo incrível! Escutamos histórias de pessoas ao nosso redor e, às vezes, não conseguimos compreender que, na nossa cidade, temos um talento assim tão grande — manifesta o professor.
Nícolas compartilha a sensação de conquistar a medalha de ouro, que foi de muita euforia e realização pessoal, já que essa foi a primeira vez em que colocou seus conhecimentos à prova e obteve um resultado tão positivo. Ele também manifesta que os preparativos para a terceira etapa estão a todo vapor:
— É um orgulho poder representar o município e a Escola Interativa na etapa nacional. Eu tinha expectativas de conseguir uma boa colocação nas provas online, mas não esperava chegar tão longe a ponto de ser selecionado para as nacionais. Inicialmente, foi uma sensação muito boa saber o quão longe poderia ir com os meus próprios pés em algo que gosto muito de estudar, mas não posso negar que a repercussão me assusta um pouco. No entanto, me mantenho firme, estudando para que consiga o melhor resultado com meus conhecimentos, buscando realmente representar o país nas olimpíadas internacionais — comemora.
A próxima Olímpiada Internacional de Astronomia e Astrofísica, que será a 18º edição do evento, será realizada em Mumbai, cidade de 21 milhões de habitantes na Índia, entre os dias 11 e 21 de agosto.