Início » Escola Targa mobiliza comunidade e recebe apoio político em meio à espera por reforma

Escola Targa mobiliza comunidade e recebe apoio político em meio à espera por reforma

Enquanto a obra não começa, esforços coletivos garantem a continuidade das aulas
(Foto: Klisman Oliveira)

Com parte da estrutura interditada e condições que se agravam a cada chuva, a Escola Estadual Professor Targa resiste com criatividade e união. Desde os danos causados por um vendaval em setembro de 2023, o que se vê é uma rotina de improvisos e esforço coletivo. Enquanto a esperada reforma ainda não teve início oficial, é a comunidade escolar com ajuda de eventos, doações e projetos que mantém as portas abertas e o aprendizado vivo.

A situação precária e a falta de recursos vindos do Estado levam a resiliente comunidade escolar a buscar outras formas de angariar verbas e manter as aulas acontecendo.

— Após um período depois do temporal, nós recebemos repasse do Agiliza Educação, que é um recurso que o Estado destina a todas as escolas, e conseguimos fazer alguns consertos com ele. Também houve uma força-tarefa com apoio do CPM, que é muito importante. Arrecadamos recursos com festinhas internas que nos ajuda bastante. Tivemos doações, e o projeto Homens na Cozinha também nos auxiliou. Então, todo recurso é bem-vindo, porque estamos necessitando muito, muito mesmo — afirma a diretora Andreia Pegoraro.

Os pedidos de ajuda também chegam para vereadores e deputados, para que possam interceder e cobrar providências junto ao Governo do Estado. Os que se deparam com a realidade da escola Professor Targa, não poupam críticas ao descaso.

— Tivemos uma visita na semana retrasada e pudemos ver que tem áreas da escola que já estão há muito tempo com problemas em decorrência de temporais que destelharam uma parte do telhado com chuvas de pedra que danificaram a cobertura. A chuva acabou danificando computadores dos alunos. Vários livros foram molhados por conta da chuva — destacou o vereador Claudimir Kremer Alemão (MDB), no plenário na semana retrasada.

— Quase 40% da escola está interditada com os temporais que deram. As chuvas alagam a quadra de esportes da escola e grande parte do piso, as paredes estão com rachaduras em decorrência da chuva e as obras de conserto ainda não foram iniciadas — completou.

Parte elétrica é preocupação

A maior ironia, na opinião dos parlamentares, é que foi a parte nova da escola a mais comprometida.

— Quase metade da escola está sem uso pelos alunos por péssima construção da parte nova da escola. Não é a parte antiga, é a parte nova que tem pouco mais de 20 anos de construção. A parte antiga que tem 70 anos tá lá em pé — comparou o vereador Valdecir Paulus (MDB), que chama atenção ainda para os perigos da parte elétrica da escola.

— Temos que rezar para não chover muito porque quando chove vira um açude. O que mais nos assustou é que a parte elétrica fica no subsolo e é onde mais verte água. Imagina o perigo que é isso! Tiveram salas de aula que foram transferidas para o porão e quando chove alaga toda a parte de baixo, os banheiros e onde fica essa parte elétrica fica alagado — alertou.

Ambos os vereadores visitaram a Professor Targa acompanhando o deputado estadual Carlos Búrigo (MDB) em uma visita à Terra do Galo. O deputado afirmou que um erro documental da empresa vencedora atrasou ainda mais o início da obra.

— A reforma da (escola) Targa já deveria ter começado no início do ano, mas houve problema com a empresa que não entregou toda a documentação. Agora, com a empresa Cisal Construções designada para a reforma e a fiscalização da 4ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas, a promessa é que as obras comecem logo — declarou.

Búrigo reforça que a lentidão nas obras das escolas compromete a qualidade de ensino do Rio Grande de Sul.

— No nosso estado temos cerca de 2,5 mil escolas e a maioria delas são prédios antigos, que foram construídos na década de 1950 e que precisam de obras que estão com problemas. Isso é muito moroso dentro do estado — afirma.

“Fila muito grande”

O vereador Diego Tonet (PP), que preside a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de Flores da Cunha, alerta que é uma situação recorrente das escolas estaduais no município.

— Ainda no ano passado, estivemos enquanto comissão visitando escolas do município, inclusive as estaduais, onde a direção (do Targa) nos relatou sobre a questão da área coberta, que um percentual da escola está interditada ainda em função das chuvas dos anos anteriores. Também estivemos no Frei Caneca, recebemos um ofício da então diretora, naquela época fizemos o encaminhamento das demandas junto à 4ª CRE sem muito êxito. Enquanto partido fizemos encaminhamentos junto ao deputado estadual Guilherme Pasin (PP), tanto do Targa quanto do Frei Caneca. Infelizmente nosso governo do Estado deixa muito a desejar na educação — declarou o progressista, na mesma sessão ordinária.

— A resposta que tivemos em relação ao Targa é que temos uma fila muito grande de escolas devido às chuvas de maio de 2024 e que estão priorizando instituições onde alunos se quer estão podendo ir estudar — completou.

O que dizem a 4ª CRE e o Estado

A coordenadora da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), Cristina da Silva Boeira Fabris, afirma que o processo para o início da reforma está em fase final.

— A empresa vencedora da licitação já fez a vistoria na escola e aguardamos o andamento pela Secretaria de Obras Públicas para o início dos trabalhos. A escola Targa foi vistoriada pela Coordenadoria Regional de Obras Públicas após os eventos climáticos e o parecer foi de que havia a necessidade de atendimento. Desta maneira a escola foi incluída em uma planilha disponibilizada pela mantenedora para atendimento da solicitação, encaminhada pela escola referente às rachaduras e obras necessárias — aponta.

Em nota, a Secretaria do Estado detalhou os próximos passos da obra e as melhorias previstas para a escola.

Confira o comunicado na íntegra:

“O projeto já foi concluído e atualmente passa por orçamentação. A execução será feita pela empresa Cisal Construções, com fiscalização da 4ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP). A obra será ampla: inclui recuperação estrutural de salas, escadas e do depósito no subsolo, conserto dos rebocos do pátio, substituição de pisos, forros, portas e janelas, além de manutenção nas esquadrias metálicas e reparos nas pinturas. O telhado será substituído e as instalações elétricas e hidrossanitárias passarão por manutenção. Na quadra de esportes, está prevista a demolição do palco, recuperação do piso, instalação de traves e tabelas, troca do telamento e nova pintura com demarcação. A escola será atendida por meio da Contratação Simplificada, sistema implantado pela SOP em março de 2024, que realiza licitações por lotes regionais”.

Leia Mais

Compartilhe:

Mais Notícias

Outras notícias:

plugins premium WordPress
Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?

Entrar na sua conta