O deputado estadual Professor Claudio Branchieri (Podemos) visitou Flores da Cunha na última segunda-feira (24) e participou do Bom Dia OF. Na conversa de 25 minutos, o deputado de Caxias do Sul opinou sobre as emendas parlamentares, a reforma tributária e os anseios do empresariado.
A entrevista completa pode ser assistida no canal do YouTube do jornal O Florense. Abaixo, confira alguns pontos da conversa:
O Florense: Qual o motivo da visita desta semana?
Claudio Branchieri: Sempre é um prazer estar em Flores da Cunha. Viemos fazer visitas ao Centro Empresarial e ao CDL, pois tenho uma vinculação muito forte com o setor privado. Sou deputado há apenas dois anos, e são 35 anos no setor privado. Vim ouvir as demandas, saber as dores e me colocar a disposição. Identificamos que eles tem anseios que o Estado avance nas questões de desburocratização. O empresariado, no Brasil, é muito mal tratado.
Qual é a sua relação com Flores da Cunha?
Sou professor universitário há 18 anos e tivemos muitos alunos em Flores da Cunha. Também tive empresa de consultoria com clientes e empresas daqui. Sempre tive esta relação de carinho e esta relação de trabalho de Flores da Cunha. Na eleição de 2022, Flores da Cunha me honrou com quase 1,8 mil votos, fui o segundo mais votado, só perdi para uma candidata que era da própria cidade. Então, Flores da Cunha não me convida, Flores da Cunha me convoca.
Recentemente, o deputado repassou R$ 370 mil para a saúde de Flores da Cunha. Como foi a tratativa?
Não sou um deputado de emendas, sou um deputado ideológico. A Assembleia gaúcha é uma das poucas que não tem as emendas impositivas, mas o governador possibilita que os deputados indiquem. O meu partido, Podemos, não tinha muitos prefeitos ou vereadores, então eu não tinha muita demanda. Neste contexto, pedi para o Deivid (Schenato, vereador eleito pelo PP) se Flores da Cunha precisava de algum coisa e ele me falou desta van adaptada (para a saúde). Eu não preciso fazer a distribuição de emendas, como alguns deputados fazem, para ganhar apoio político. Então, consigo enviar um valor interessante para resolver um problema.
O deputado é contra as emendas parlamentares?
Filosoficamente, acredito que a execução do orçamento devia ser descentralizada. Por exemplo, um bairro em que está uma determinada escola, aquela comunidade sabe melhor o que aquela escola precisa do que a prefeitura, do que Governo do Estado e, muito mais, do que Brasília. Só que no Brasil é o contrário, tudo vai para o Governo Federal e depois desce em efeito cascata e, vamos combinar de maneira bem clara, tem corrupção, desvios e desperdícios. Como tudo vai para Brasília, como Flores da Cunha poderia conseguir um recurso para uma UBS, por exemplo? Teria que ir até o Ministério da Saúde, que nem sabe onde é Flores da Cunha. As emendas possibilitam que cidades que não são contempladas possam receber este recurso federal (por meio dos deputados). Isso tem um efeito colateral adverso que é esta romaria de pessoas aos gabinetes dos deputados para pedir emenda.