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Ex-alunas retornam à Frei Caneca como professoras e mantêm vivo o legado de um século

Histórias de quem estudou e hoje ensina na escola mostram como o pertencimento e a memória seguem guiando a trajetória da instituição centenária
(Foto: Caiani Lopes)

Texto: Caiani Lopes

Entre tantas gerações que passaram pelos corredores da Escola Frei Caneca, algumas voltaram — não mais com lancheira e cadernos, mas com o compromisso de ensinar no mesmo espaço onde aprenderam. São ex-alunas que transformaram suas vivências na escola em vocação profissional, e hoje fazem parte da equipe que mantém viva a essência desta instituição centenária.

Para elas, retornar como professoras é mais do que uma escolha de carreira: é um reencontro com a própria história. A professora Andréia Tonello, que chegou à escola em 1982 com sua maleta da Turma da Mônica e o uniforme costurado pela mãe, lembra com carinho das primeiras lições e das brincadeiras no pátio.

Já Cristina Araldi iniciou sua trajetória como docente em 2002, ainda estudante de Matemática, e desde então construiu uma carreira marcada pelo envolvimento com a vida escolar. Participou de conselhos, coordenou atividades e ajudou a reativar a banda da escola, resgatando um símbolo cultural importante.

Fernanda Alessi Tosetto, aluna da turma de 1988, retornou anos depois como docente e se tornou uma das guardiãs da memória da instituição.

— Em 2010, encontrei por acaso as atas originais da escola escondidas na biblioteca. Resgatar essa história foi emocionante — lembra.

Três depoimentos e histórias que comprovam que o legado da Frei Caneca está além das salas de aula: ele se renova, se espalha e, por vezes, volta para ensinar, perpetuando um ciclo de aprendizado e pertencimento que há cem anos define a identidade da escola e também de Flores da Cunha.

“Dei meus primeiros passos na Frei Caneca em 1982, com minha maleta da Turma da Mônica, o uniforme azul costurado pela minha mãe e um mundo novo pela frente. Lembro com carinho da minha primeira professora, Maria de Fátima Moraes Seco, das colagens de sementes, dos desfiles cívicos e das brincadeiras de roda. Cresci aqui como aluna e amadureci como professora. É um orgulho fazer parte da história de uma escola que celebra 100 anos e que continua inspirando gerações”.
Andréia Cristina Costa Tonello

“Entrei na Frei Caneca como professora substituta e nunca mais saí. Aqui vivi desafios, alegrias e muitas conquistas. Além das aulas, me envolvi com a vida escolar, integrando o Conselho Escolar, o CPM e ajudando a reativar a banda da escola em 2010. Foram anos de dedicação e aprendizado. Em cada turma que passou, deixei um pouco de mim e levei comigo um pedaço de cada história. Ser professora aqui é estar presente em todos os espaços onde a escola se constrói”.
Cristina Araldi

“Meus pais queriam que eu ficasse na escola São José, mas eu queria muito estudar na Frei Caneca, insisti e consegui vir na quinta série, em 1988. Adorei estudar e, anos mais tarde, já nomeada professora, recebi um convite da diretora — que havia sido minha professora — pedindo que eu voltasse para a escola. Fiquei mais de dez anos, depois saí e retornei em 2020. Hoje, eu poderia trabalhar em qualquer escola, mas escolho estar aqui, porque me sinto parte dessa história”.
Fernanda Alessi Tosetto

 

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