Com quase três décadas dedicadas ao serviço público, o eletricista André Darci da Silva, mais conhecido como Araponga, assumirá a presidência do Sindicato dos Servidores Municipais de Flores da Cunha em 1º de janeiro de 2026. Servidor há 29 anos e meio, ele já integrou diretorias anteriores do Sindicato e ocupou cargos de confiança em três administrações diferentes.
Ao todo, 435 servidores estavam aptos a votar e escolher a nova gestão da entidade. Araponga liderou a Chapa 1, de oposição à gestão anterior, que foi eleita com 54% dos votos. Agora, prestes a assumir o comando da entidade, Araponga quer resgatar a confiança dos servidores e estreitar os laços com a comunidade. O presidente eleito aponta como futuros desafios da gestão a reaproximação com a Prefeitura, a mudança de sede e o plano de fortalecer a participação dos servidores. Araponga destaca a importância do diálogo, da transparência e da reconstrução da credibilidade sindical; temas centrais da próxima administração.
O Florense: Como avalia o momento atual do Sindicato e quais são os principais desafios da nova gestão?
André Darci da Silva: Hoje, o sindicato precisa dialogar muito, tanto com a administração quanto com os servidores. Há algum tempo, os sindicatos vêm sendo demonizados pela sociedade, até pelos próprios servidores. Nós precisamos recuperar a credibilidade junto à sociedade. Mas ainda bem que a tempestade está passando; queremos uma reaproximação com o servidor e com a sociedade de modo geral.
O diálogo é uma das suas principais bandeiras. Que tipo de relação o Sindicato pretende construir com a Prefeitura?
Queremos diálogo. Levar os anseios, as preocupações dos atuais, dos ex e dos futuros servidores à administração, buscando convergência para que fique bom para todos os lados. Essa gestão sentiu fortemente a alta rotatividade dos servidores; muitos fazem concurso, entram e acabam saindo. Isso gera custo e perda de tempo para todos.
Como tem sido o tratamento da atual administração em relação aos servidores?
Essa administração foi a que dobrou o vale-alimentação, instituiu o vale-transporte para todos e, na primeira oportunidade de conceder reajuste, o fez. É importante reconhecer os avanços quando eles acontecem e também manter o diálogo para que continuem.
Houve recentemente uma discussão sobre o nome e a identidade do Sindicato. Qual a sua posição sobre isso?
Para trocar o nome ou a sigla do Sindicato, deveria ter sido feita uma assembleia para saber se os associados concordavam. A escolha de associar nosso Sindicato ao de Caxias não faz sentido, porque temos nossas próprias características. Não é Sindiserv: é o Sindicato dos Servidores Municipais de Flores da Cunha.
É sabido que o Sindicato deverá mudar de local. Por que essa decisão?
A mudança de sede é uma questão de acessibilidade e economia. O Sindicato sempre funcionou junto à administração pública, e ali há facilidade de acesso para todos os servidores. Onde estamos hoje (Rua Ernesto Alves, 2.350, Centro), pagamos água, luz, condomínio, e o estacionamento é complicado. Trazer o Sindicato de volta para perto da Prefeitura facilita muito, especialmente para os aposentados. Isso não significa subordinação à administração, mas sim uma escolha prática e financeira. Nosso sonho é, no futuro, construir uma sede própria.
Quantos servidores são associados hoje e quais as metas para o futuro?
Atualmente, temos cerca de 435 associados, mas queremos aumentar esse número significativamente. Nosso compromisso é com o direito do servidor, sempre com muito diálogo e transparência. Queremos que os servidores participem, confiem e se sintam representados.
Qual o papel do servidor público na sociedade atual?
Acredito que nós, servidores públicos, precisamos levar conhecimento à sociedade, estar preparados para as críticas e saber responder com grandeza. O servidor tem que compreender isso também. A melhor forma de valorizar o serviço público é mostrando profissionalismo e compromisso.
Que mensagem deixa para os servidores municipais?
Que confiem na nova gestão. A melhor parte da nossa chapa é o empenho, a transparência e o diálogo com a administração. O Sindicato vai fazer o melhor possível e, se preciso, o impossível para representá-los da melhor forma.

