(Foto: Paola Castro)
A presença de Rita Cristina Peccatti Daniel, 59 anos, é expressiva na cena cultural e religiosa de Nova Pádua. Fundadora do coral Santa Cecília, ela também é figura central no coral infantojuvenil Vozes do Futuro. Por trás da mulher que organiza ensaios e apresenta obras para a comunidade, está uma história de amor pela música que começou em casa, acompanhada de perto pelos sons da tuba que o pai Marcelo Fortunatto Peccatti tocava.
— Eu nasci no meio da música. Meu pai fazia parte da banda Santa Cecília. Na minha casa sempre houve música e pessoas tocando instrumentos — conta.
A atuação como regente de coral surgiu por acaso, a partir de um convite de líderes da comunidade. O que seria um auxílio para uma apresentação natalina, logo se transformou em uma paixão que muda a vida de diversos jovens, na maioria meninas.
Criado em 2012, o coral infantojuvenil Vozes do Futuro nasceu com o propósito de oferecer às crianças e adolescentes da comunidade uma oportunidade de se expressarem através da música. No entanto, para Cristina, o coral vai muito além de apresentações.
— É uma satisfação que não se mede. É um prazer, uma alegria que vamos ganhando e criando um carinho por essas crianças. A convivência vai nos tornando mais próximos e (o sentimento) se torna amor. Nos apegamos a essas pequenas que dão este carinho em retorno e que vamos levar pela vida. Várias crianças saíram do coral, mas a amizade e o carinho continuam. Vou levar pela vida essas crianças.
O coral se torna uma “terapia”, um lugar onde as crianças, se sentem seguras para se abrir.
— Fora do coral são pessoas diferentes, mas ali se soltam e se encontram. Eu não sei se é a música, se é o encontro ou se é essa junção, mas vi várias crianças se revelando de maneira diferente e positiva — celebra Rita.
Tradição e aprendizado
Cristina também desempenha um papel ativo na banda Santa Cecília, onde atua como percussionista e vocalista. Junto do irmão, Nestor Peccatti, 71, ela fundou o coral Santa Cecília do qual ainda faz parte e já foi presidente por seis anos.
Cristina acredita que a contribuição dela é o exemplo de como a música pode trazer a sensação de realização.
— Foi um crescimento muito grande porque a experiência que eu adquiri, fez a minha visão mudar sobre o que é a responsabilidade de uma apresentação, de uma organização, de um grupo e o que é a alegria de uma apresentação. Isso foi uma experiência que soma para um crescimento muito grande na vida. Para mim foi um aprendizado que vou levar como a conquista de poder dizer eu fui capaz — afirma.
Conheça outras seis histórias de inspiração e superação
Sete mulheres com trajetórias marcantes são homenageadas por suas contribuições e força transformadora na comunidade de Flores da Cunha e Nova Pádua. Um pequeno exemplo do que se deve ser lembrado, valorizado e conquistado pelo Dia Internacional das Mulheres. Por terem trajetórias que emocionam e inspiram, confira as histórias de outras mulheres que ensinam e fazem parte da comunidade.
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