Mariele Costa carrega em sua essência o amor pela culinária, que herdou da avó, Marisa. (Foto: Karine Bergozza)
Mulher, mãe, dona de casa, técnica de segurança do trabalho e empreendedora no ramo de alimentos. Esta é Mariele Costa, 37 anos, que trocou sua cidade natal, Cachoeira do Sul, pela Serra gaúcha há 15 anos. Bem recebida, ela se considera florense há três anos.
Mãe do Gabriel, 9 anos, e da Mariana, 4, Mariele é casada com Tiago Falcão e divide sua rotina entre Flores da Cunha e Caxias do Sul. Os filhos estudam na cidade vizinha, onde ela trabalha no turno da manhã como técnica de segurança do trabalho em uma indústria de borrachas.
No fim do expediente, Mariele busca os filhos na escola e volta para sua casa, em Flores, onde trabalha como empreendedora na área da gastronomia.
Sobre como consegue conciliar todas as tarefas que desenvolve, Mariele admite que seu dia a dia é uma “loucura”, bastante cansativo e corrido, mas que sempre aprende algo novo.
— Quando as pessoas conversam comigo elas dizem: “não sei como tu dá conta”. Respondo que não dou conta, que a gente não dá conta de tudo e está tudo bem. A gente não precisa se cobrar tanto, não precisamos ser perfeitos. Claro que, às vezes, falta uma atenção aqui ou ali, em algum ponto, mas a gente dá o nosso melhor em todas as áreas — enaltece Mariele.
Herança gastronômica

A empreendedora também é mãe de Gabriel e Mariana. (Foto: Karine Bergozza)
A empreendedora carrega em sua essência o amor pela culinária, que herdou da avó, Marisa, quando colaborava na copa de um Centro de Tradições Gaúchas (CTG), na adolescência.
— Eu cresci dentro do CTG vendo a minha avó, que era ecônoma, tocando tudo. Ela sempre foi uma referência para a nossa família. Era o nosso berço e a nossa base. Eu via muito ela trabalhando, fazendo casamentos, formaturas e Semanas Farroupilha. Me envolvi com essas atividades desde os 14 anos, quando tocava a copa do CTG e a avó liderava a cozinha com as cozinheiras — lembra.
Mesmo tendo essa proximidade com a gastronomia, a multitarefas confessa que nunca havia pensando em trabalhar nesse segmento. Seu apreço pelas tábuas de frios e antepastos é o que a levou a se especializar nessa área.
— Precisa ter um conhecimento. Não é só picar queijo e “largar” em cima de uma tábua. Tem que entender sobre harmonização e sobre bebidas. Hoje, quando alguém me contrata para fazer um evento, eu preciso saber o que vai ser servido para beber — detalha.
O negócio próprio foi inaugurado em novembro de 2021. A Pan i Vino oferece tábuas de frios, cestas para presente, bandejas de café da manhã e mesas gastronômicas.
— O que é mais pedido são as bandejas de café da manhã, porque é uma proposta bem diferente. É um estilo grazing food, em que são abertas e eu organizo tudo de forma fracionada. Coloco queijos (brie e colonial), salames, requeijão, geleia, croissant, waffle, suco e café. Costumo dizer que o estilo dos meus produtos busca proporcionar experiências que não estamos habituados a ter no nosso dia a dia. Procuro fugir do tradicional e dar um toque único — detalha Mariele, que decora todas as tábuas de frios com flores.
Se sentir valorizada
A empreendedora conta que o início foi bastante desafiador, mas o que a incentivou a seguir em frente, sempre aprendendo e se aperfeiçoando, foi o fato de conseguir conciliar a novidade com a atividade que já desenvolvia como técnica de segurança do trabalho. Hoje, três anos depois, Mariele observa que a procura por seus serviços está aumentando.
— As pessoas estão querendo consumir alimentos mais saudáveis e aqui (na Pan i Vino), conseguimos oferecer uma linha mais saudável, afinal eu sempre coloco frutas como tomates, uvas e morangos e a própria caponata. Também tem muitas pessoas que são veganas, vegetarianas e as celíacas, e para um evento é importante saber disso para conseguir dar atenção para esse público — revela.
A rotina da empresária é trabalhar sozinha, mas contrata uma equipe quando precisa montar mesas gastronômicas em eventos para um grande número de pessoas. Mariele destaca que seu marido, Tiago, também costuma colaborar sempre que pode.
– Quando eu preciso ele sempre está comigo. Nos eventos grandes ele vem junto e me ajuda a fazer canapés, por exemplo. Está sempre nos bastidores, auxiliando — enaltece.
Além desse apoio, o que faz Mariele perceber que seu esforço vale a pena é o reconhecimento que recebe por parte de seus clientes.
— É questão de se sentir valorizada, sabe? É bom quando a gente entrega algum produto e a pessoa diz: “nossa, que delícia que estava, que coisa linda, como é gostoso!” Isso é legal, porque a gente entrega com carinho, realmente, afinal não tem como trabalhar com comida sem fazer algo bonito, colorido. Aí o brilho no olho vem, não adianta.
Brilho no olho que Mariele gostaria que mais mulheres pudessem expressar, afinal ela defende a necessidade de se reinventar constantemente para encontrar o equilíbrio entre as diversas áreas da nossa vida.
– Quero encorajar todas as mulheres a acreditarem em si mesmas e a perseguirem seus sonhos, não importa quão distantes possam parecer. A jornada pode ser difícil, mas cada passo dado é uma vitória. Vamos continuar a nos inspirar e a nos apoiar, porque juntas somos mais fortes — deseja
Conheça outras seis histórias de inspiração e superação
Sete mulheres com trajetórias marcantes são homenageadas por suas contribuições e força transformadora na comunidade de Flores da Cunha e Nova Pádua. Um pequeno exemplo do que se deve ser lembrado, valorizado e conquistado pelo Dia Internacional das Mulheres. Por terem trajetórias que emocionam e inspiram, confira as histórias de outras mulheres que ensinam e fazem parte da comunidade.