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Busca por melhores salários atrai argentinos a Flores da Cunha durante a vindima

Com a desvalorização do peso argentino, trabalhadores encontram na Terra do Galo uma oportunidade de triplicar sua renda

Argentinos buscam renda extra durante a safra (Foto: Karine Bergozza)

Em busca de melhores condições financeiras, muitos argentinos têm cruzado a fronteira para trabalhar na Serra gaúcha, onde as oportunidades de emprego, aliadas à valorização do real, oferecem um atrativo para quem enfrenta dificuldades econômicas em seu país. Durante o período da vindima, o que se apresenta como uma forma de melhorar a renda também traz desafios pessoais, como a saudade de casa e da família.

Juan Carlos Rodríguez, de 33 anos, é um dos tantos argentinos que vêm até a Terra do Galo em busca de uma oportunidade de emprego. Ele conta que em sua cidade natal, San Pedro, na província de Misiones, até há oportunidades, mas a desvalorização do peso argentino acaba influenciando em sua decisão de vir para o Brasil.

— O que eu ganho nesse período de poda é quase três vezes o que arrecado lá, na Argentina. Eu já trabalhei na colheita de cana-de-açúcar e de erva-mate na minha terra, mas infelizmente a gente acaba sofrendo as consequências de uma moeda desvalorizada — lamenta Rodríguez.

O trabalhador, que chegou na Serra no início de janeiro, está trabalhando em uma propriedade no Travessão Alfredo Chaves, a mesma que atua há três anos. Ele revela que recebe por dia trabalhado.

— Eles (produtores) me pagam R$ 220 por dia. Além disso, eu durmo em um quarto nos fundos da casa deles. Eu trabalho das 7h às 17h e tomo café da manhã, almoço e janto junto com eles na casa — relata sua rotina.

O acordo entre Rodriguez e o produtor rural é verbal — o que é irregular conforme o Ministério do Trabalho. Por isso, o agricultor pediu para não ser identificado na reportagem. A opção de não colocar a relação trabalhista no papel aparenta ser conveniente para ambos, que já estabeleceram uma relação de confiança.

— Este é o terceiro ano que trabalho nessa propriedade. Como o período de colheita é curto (aproximadamente 30 dias), é uma oportunidade de ganhar um dinheiro extra. O que ajuda ainda mais é que, quando convertemos o real para o peso, temos mais lucro — ressalta Rodriguez.

O trabalho é uma necessidade e o argentino demonstra gostar destes períodos em Flores da Cunha e sua boa relação com os agricultores locais. Ainda assim, ele compartilha que sente saudades de sua família.

— É difícil vir para o Brasil e deixar meu filho (Miguél, de 7 anos). Ele fica com a mãe e, ainda que esteja sendo bem cuidado, a gente sente falta. Às vezes ele me liga por vídeo chamada e me conta o que fez durante o dia, mas não é a mesma coisa que pessoalmente — desabafa.

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