Argentinos ocupam o quarto lugar entre os estrangeiros com emprego formal na região Sul
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Conheça o perfil dos trabalhadores que fazem a colheita da uva na Serra gaúcha

Argentinos ocupam o quarto lugar entre os estrangeiros com emprego formal na região Sul

Os argentinos Nelson Ivan e Sérgio Gabriel dos Santos atuam na colheita no Travessão Alfredo Chaves e destacam a boa relação com o agricultor Dorival Scortegagna. (Foto Karine Bergozza)

Texto: Karine Bergozza e Klisman Oliveira 

A época da vindima deixa Flores da Cunha diferente, não só pelo aroma de uva que toma conta das belas paisagens do nosso interior, mas também pela população que aumenta consideravelmente. Todos os anos, milhares de trabalhadores vem para a Terra do Galo para ajudar na colheita da uva. Nos últimos anos, chama a atenção o número de argentinos.

Conforme informações divulgadas pelo relatório do Observatório das Migrações (OBMigra), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Argentina é, hoje, o segundo país em número de migrantes que ingressam na região Sul do Brasil, atrás apenas da Venezuela. Outro dado relevante é que os argentinos ocupam o quarto lugar entre os estrangeiros com emprego formal na região Sul. Somente entre janeiro e junho de 2024, o relatório apontou a existência de 7.663 trabalhadores desta nacionalidade no Sul, o que superou a totalidade dos números de 2022 e de 2023.

Este é o caso dos argentinos da cidade de Oberá, na província de Misiones, Nelson Ivan, 29 anos, e Sérgio Gabriel dos Santos, 20, que nas últimas semanas trabalharam na colheita no Travessão Alfredo Chaves, contratados pelo produtor Dorival Scortegagna.

— É a segunda vez que venho para cá colher uva e as duas vezes vim aqui nessa propriedade. Lá (na Argentina) nós trabalhamos com a colheita da erva-mate e é por temporada, começa em março e dura uns quatro meses. Depois começa a uva também, aí a gente aproveita e vem para cá para atuar na poda. Conseguimos fazer as duas coisas — explica Nelson Ivan.

O trabalhador revela que teve que aprender a podar as parreiras, mas que gostou do trabalho com a planta e quer continuar vindo para o município no período da poda e da safra, sempre que possível.

– Trabalhar aqui é bom. O senhor Dorival (dono da propriedade) está presente todo o tempo, não deixa faltar nada e sempre nos pergunta se está tudo bem. Dormimos em uma casinha aqui perto, dentro da propriedade mesmo. Almoçamos com ele e comemos a mesma comida — detalha.

O que atrai a mão de obra argentina para Flores da Cunha é a possibilidade de obter uma renda extra, em um curto período de tempo.

— Esse dinheiro é bom para nós! Um dia trabalhado aqui dá a diferença de dois dias lá, ou até mais. Na safra da uva, dependendo o caso, dá até dois dias e meio de diferença. Então trabalhamos menos e ganhamos mais — relata Santos, que atua há anos na colheita da uva, mas esteve pela primeira vez em Flores da Cunha nesta safra.

Ivan e dos Santos fazem parte da equipe contratada por Scortegagna para a colheita de sete hectares de uva da variedade Bordô e outros seis hectares de Isabel.

— Tenho cinco funcionários esse ano, todos argentinos. No ano passado, na colheita e na poda, também trabalhei com argentinos e estou muito contente, muito satisfeito com eles — declara o agricultor, acrescentando que também já contratou indígenas, especialmente do município gaúcho de Planalto.

Scortegagna opta por realizar o pagamento por caixa colhida e o horário de trabalho combinado com seus funcionários é das 7h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. O grupo de argentinos deve permanecer em sua propriedade até o dia 28 de fevereiro, data em que encerram seus contratos de trabalho.

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